Queda nos preços impulsiona a busca do agro por energia solar
Os preços dos painéis fotovoltaicos tiveram queda média de 40% em 2023, reduzindo os custos de implantação de usinas solares e o payback (tempo de retorno do investimento). Isso, de acordo com a Fiep, vem estimulando os produtores rurais do Paraná a aderir cada vez mais à energia solar.
"Nós temos feito um trabalho sistemático de disseminação de informações sobre as energias renováveis. A energia elétrica é um dos principais insumos do setor agropecuário, principalmente para atividades como avicultura, piscicultura e bovinocultura de leite. Quem não gerar sua própria energia, vai ficar para trás. Agora, com essa queda nos custos, ficou ainda mais atrativo para que os produtores rurais instalem usinas solares em suas propriedades", projeta o presidente Ágide Meneguette.
Segundo a Infolink Consulting, os maiores fabricantes mundiais de painéis solares ampliaram a produção de componentes, mas a demanda não cresceu na mesma proporção. Em razão disso, há estoque de conjuntos, o que fez com que os preços caíssem.
Isso não significa que a conjuntura está atrelada à estagnação do setor. Ao contrário, já que a demanda por módulos fotovoltaicos aumentou 34% ao longo do mesmo período. A questão é que as indústrias investiram pesado nos últimos anos, esperando uma demanda maior do que a que se consolidou. Nesse contexto, a expansão da fabricação foi bem além da procura.
"A indústria superestimou o crescimento do mercado. Em razão disso, estamos com altos estoques de equipamentos, o que ocasionou a queda nos preços. Com isso, se abriu uma janela de oportunidade. O produtor rural que ainda não fez os investimentos deve aproveitar, porque as condições implicam um bom negócio", opina Luiz Eliezer Ferreira, técnico da Faep. "Esperamos uma nova rodada de crescimento de projetos de energia renovável no campo", completa.
A consultoria Infolink projeta que a queda dos preços deve impulsionar em até 20% a implantação de usinas. No Paraná, o aumento já é mais expressivo. A procura por financiamento por meio do programa RenovaPR, do governo estadual, cresceu 35% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. Só neste ano, entre 1º de janeiro e 15 de abril, 462 projetos foram financiados pelo programa, totalizando R$ 44,5 milhões.
EXPANSÃO RENOVÁVEL
Ao longo dos últimos sete anos, o Paraná deu um salto no uso de energias renováveis no campo. Em 2017, havia apenas 47 usinas instaladas em propriedades rurais do Estado - 40 fotovoltaicas e sete de biogás. Hoje, são mais de 31,5 mil usinas instaladas em propriedades rurais, com capacidade de gerar 682,9 mil quilowatts (kW) de potência.
O investimento na geração própria se justifica por inúmeros fatores. A energia elétrica é um dos principais insumos na produção agropecuária, principalmente em atividades como a avicultura, piscicultura e bovinocultura de leite. Além disso, ao longo dos últimos seis anos, o custo da energia no meio rural teve uma alta acentuada, em razão do fim de subsídios federais e da extinção do programa estadual Tarifa Rural Noturna - que previa a redução de 60% na energia consumida entre 21h e 6h, em propriedades rurais.
E para ajudar o agricultor que quer investir nessa área, a Faep até lançou uma cartilha com todas as explicações necessárias. Para acessá-la, basta clicar AQUI. (Foto: Divulgação Faep)