Os idiotas na política
J. J. Duran
O ensaísta francês Jean François Revel questionou os eleitores certa vez sobre se a idiotice política se reaviva em tempos eleitorais, sobretudo quando se trata de uma eleição municipal, e se essa "doença" tem cura. O diagnóstico, ainda que não conclusivo, dá conta que ela tem alívio, mas sem garantia alguma de que não haja recaídas.
No Brasil, quando os chamados analistas observam o ciclo repetitivo nos rostos, sorrisos e palmadas nas costas, que por aqui se repetem de dois em dois anos, logo se perguntam: não existem nesse cenário novos elementos, jovens com novas ideias e com uma leitura correta da realidade para serem candidatos? Invariavelmente, e com raras e louváveis exceções, constatam que essa desoladora vitrine renovadora virou coisa do passado, pois reaparecem os mesmos de sempre.
Todos que entram na disputa por um mandato eletivo merecem respeito e consideração, mas há de se cobrar deles respeito e consideração também para com a juventude, que nos recintos fechados dos partidos é transformada em massa de manobra da "irmandade" que se adonou dessas agremiações.
Renovar é uma necessidade imperiosa, até para oxigenar o processo político, mas de nada adianta se essa renovação não acontece com qualidade.
Não me refiro a nenhum candidato em específico, seja velho ou novo. Ao contrário, reitero meu respeito a todos, e sem distinção de ideologia, mas acrescento que saber dar um passo atrás significa ser inteligente e grande politicamente.
E não fiquem os idiotas de plantão destilando suas torpes opiniões, pois liberdade de expressão não é o mesmo que libertinagem. Bom sábado a todos. (Foto: Reprodução)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná