A catástrofe dos últimos dias no Rio Grande do Sul, que deixou um rastro antes inimaginável de destruição e mais de duas centenas de mortes, deve servir de alerta ao poder público e à sociedade como um todo para eventos climáticos cada vez mais severos, que, segundo especialistas, ocorrem até certa medida como consequência da intervenção desmedida do homem na natureza.

Em Cascavel, antes mesmo do flagelo gaúcho a Secretaria Municipal do Meio Ambiente já havia iniciado um completo levantamento hidrográfico, que mapeou 19 rios, córregos, sangas e arroios que cortam o perímetro urbano. E desse levantamento resultou um programa que tem como foco garantir um convívio mais harmonioso entre o homem e a natureza e minimizar os impactos causados pelos eventos climáticos.

O lançamento oficial do programa aconteceu ontem (13), mas antes disso já havia sido iniciada a primeira ação concreta às margens do Ecoparque Oeste, cortado pelo córrego Bezerra. No local, equipamentos da Prefeitura foram utilizados para retirar dezenas de carcaças de automóveis abandonadas em uma área pública pelo dono de um antigo ferro velho, que nem acionado judicialmente cumpriu a sua responsabilidade. E casos semelhantes há em outros locais,  como ocorre na baixada da Rua Fortaleza, entre a 7 de Setembro e a Carlos de Carvalho.

"É um crime, é uma falta de disciplina. Então nós vamos definitivamente acabar com essa agressão aqui, até porque temos um projeto do parque que vai até a Tancredo Neves", destacou o prefeito Leonaldo Paranhos durante o ato, que precisará ser seguido de outros parecidos.

OUTRAS AÇÕES

O programa lançado também tem como objetivos limpar e preservar rios e nascentes dentro do perímetro urbano de Cascavel, combater a dengue, identificar áreas de alagamento e fazer um trabalho preventivo, bem como conscientizar as pessoas que moram nas proximidades dos rios para a importância de manterem os ambientes limpos.

Ainda para este mês de maio estão programadas atividades como limpeza, manutenção e conservação dos rios e nascentes e seus arredores, desobstrução de rios e canais e palestras sobre mudança climática e conscientização ambiental. (Foto: Vanderlei Faria/Secom)