Calvário de Moro ainda não acabou
Sergio Moro certamente comemorou sua absolvição por maioria de votos (5 a 2) no julgamento encerrado ontem (9) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Mas o fez de forma bem acanhada por medida de preocupação, pois sabe que a causa não está ganha e que ainda corre risco de perder o mandato de senador.
E me atrevo a supor que o risco não é pequeno, a tomar por base o que aconteceu com Deltan Dallagnol, seu ex-companheiro de Lava Jato e deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de quase dois anos atrás.
Dallagnol, que hoje não é mais procurador nem deputado, teve sua absolvição pelo TRE-PR revertida no TSE, em ambos os casos por unanimidade de votos, sob a justificativa de que pediu exoneração do MP para ingressar na política com processos administrativos disciplinares ainda em andamento.
Ao final do julgamento em Curitiba, os advogados do PT de Lula e do PL Bolsonaro, partidos que moveram as ações contra Moro por abuso de poder econômico ainda na pré-campanha, deixaram claro que aguardam apenas a publicação da decisão da Justiça estadual para recorrer a Brasília.
E em Brasília, claro, há risco de esse roteiro ter o seu final totalmente modificado, em que pese um caso ser totalmente diferente do outro se formos levar em conta apenas as alegações. (Foto: José Cruz/AGBR)