Ferroeste vira pauta conjunta dos três estados da região Sul
O ambicioso projeto da Nova Ferroeste, que prevê a ampliação da linha férrea dos atuais pouco mais de 200 km para mais de 1.500 km, está unindo as forças políticas dos três estados da região Sul do Brasil. Debate sobre o tema realizado nesta quinta-feira (4), no Palácio Iguaçu, reuniu os vice-governadores do Paraná, Darci Piana, e do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, e o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins.
O grupo, que compõe o Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), discutiu a atual situação da Malha Sul, que corta os três estados e parte de São Paulo, e decidiu elaborar um termo de referência para a contratação de um estudo de demanda que indicará cargas e volumes que poderiam ser transportados pela atual malha ferroviária para requerer melhorias na prestação do serviço.
Também vão apresentar uma proposta para o processo da nova concessão ao Ministério dos Transportes. O atual contrato da iniciativa privada com o governo federal, com 7.223 quilômetros de extensão, se encerra em fevereiro de 2027. Uma consultoria técnica vai apontar as melhores soluções para o futuro.
"Vamos analisar em conjunto uma proposta a ser apresentada para o governo federal", destacou Piana. "Uma boa malha ferroviária é boa inclusive para imprevistos. Com o volume de chuvas que tivemos recentemente, por exemplo, o setor produtivo acabou prejudicado. Se tivéssemos um sistema ferroviário mais eficiente teríamos sofrido muito menos", acrescentou.
Gabriel Souza destacou a necessidade urgente de novos investimentos nesse modal. "Queremos melhorar a eficiência da Malha Sul", afirmou. "Teremos uma reunião no Ministério dos Transportes no dia 14 de maio e iremos juntos a Brasília para apresentar essas demandas para o governo federal", afirmou.
A atual linha férrea que conecta os três estados teve o volume de cargas substancialmente reduzido nos últimos anos. "Está claro que estamos abaixo de 50% de utilização e isso está causando grandes problemas para a nossa economia", disse Beto Martins. "Contribuímos muito para o Brasil, com indústrias fortes, logística de peso nos aeroportos e portos e estamos com uma trava na área ferroviária que precisa ser resolvida", ressaltou. (Foto: Ari Dias/AENPR)