Moro respira no tapetão
O ex-juiz Sergio Moro pôde respirar aliviado ao final do primeiro voto do julgamento no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), iniciado ontem (1º) e que deverá confirmar ou cassar o mandato de senador conquistado por ele com quase 2 milhões de votos.
Na contramão do parecer do Ministério Público, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do processo, opinou pela não cassação por entender que nas contas da pré-campanha de Moro "não se vê nada de relevante a ponto de revelar gasto excessivo ou abuso de poder econômico, porque realizadas para uma eventual e frustrada candidatura a presidente da República".
Mas os advogados do PT e do PL, partidos que pedem a cassação de Moro, discordaram integralmente desse entendimento. "Foi um voto que, para nós, é bastante equivocado em várias premissas. Eu acho que acaba aceitando muitas desculpas do Moro para apagar o caminhão de dinheiro que injetou na sua pré-campanha", criticou Luiz Eduardo Peccinin, defensor do PT.
"O voto do relator foi bastante complacente num ponto muito delicado, onde ele desconsiderou os gastos de uma campanha presidencial, como se fossem gastos que pudessem ser não computados para um abuso de poder econômico", reforçou Bruno Cristaldi, defensor do PL.
Como não poderia deixar de ser, o advogado de Moro comemorou o parecer de Falavinha. "A gente espera que esse voto se mantenha na sequência da votação", afirmou Gustavo Guedes.
Após quatro horas, o julgamento foi suspenso para ser retomado nesta quarta-feira (3). (Foto: Divulgação TRE-PR)