Alívio: as dívidas do crédito rural poderão ser negociadas
Os produtores de soja, milho e leite do Paraná estão entre os que foram autorizados pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) a renegociar as dívidas do crédito rural de investimento com vencimento em 2024. A decisão tomada pelo órgão levou em conta a necessidade dos produtores de um total de 16 Estados afetados por eventos climáticos e pela queda de preços agropecuários. Os pedidos precisam ser feitos até 31 de maio.
"O Conselho Monetário Nacional entendeu o quadro difícil pelo qual passa a agricultura em 2024 e tomou uma decisão importante, permitindo que as parcelas de dívidas de investimento, seja na pecuária bovina de corte, de leite, de soja e de milho, que vencem em 2024 sejam prorrogadas para o final do contrato, mantidas as condições originais de financiamento", disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
"Traz um certo alívio, mas não é suficiente para o enfrentamento de uma crise profunda, pois tivemos perdas importantes de safra em vários estados do Brasil e praticamente todos os preços agrícolas estão em queda", acrescentou o secretário. O pedido para que houvesse a prorrogação das dívidas foi um protocolado no início de março pelo Paraná, junto com a apresentação de propostas para a formulação do Plano Safra 2024/25.
O Governo do Estado vai prommover discussões para definição de soluções que mantenham a atividade em alta no Paraná. O assunto será discutido em encontros tanto na Expo Londrina, no Norte do Estado, no dia 11 de abril, quanto em Francisco Beltrão, no Sudoeste, no dia 16. No debate está a possibilidade de o Estado aplicar uma taxa na importação do produto assim que entrar no território paranaense.
RENEGOCIAÇÃO
A autorização do CMN é para que sejam renegociados até 100% do principal das parcelas vencidas ou vincendas no período de 2 de janeiro a 30 de dezembro de 2024 e que estavam em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.
A renegociação abrange parcelas de linhas de crédito rural de investimento contratadas com recursos controlados (recursos equalizados, recursos obrigatórios e recursos dos Fundos Constitucionais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste) e que estão sob amparo do Pronaf, do Pronamp e demais programas de investimento rural do BNDES, bem como das linhas de investimento dos fundos constitucionais. O total, de acordo com o Ministério da Fazenda, pode chegar a R$ 20,8 bilhões. (Foto: CNA)