Tenente PM mostra que a força da mulher vai além das nuvens
Nem mesmo as nuvens são capazes de limitar a força da mulher paranaense. Prova disso é a história de sucesso da tenente Jenifer Formanquevski, que é copiloto da aeronave Grand Caravan C208B e vem tendo sua trajetória repercutida grandemente na imprensa de todo o Estado neste Dia Internacional da Mulher, por ser fonte de inspiração para muitas outras.
Desde adolescente Jenifer já tinha em mente a carreira que queria seguir. Filha de um capitão da PM-PR, que hoje está na reserva, ela costumava acompanhar o pai no trabalho, e na época de prestar o vestibular não teve dúvidas: escolheu o curso de Formação de Oficiais da PM.
Desde 2011 na corporação, ela passou por diferentes funções e em 2024, com 31 anos de idade, se tornou a primeira mulher copiloto da Divisão de Transporte Aéreo da Casa Militar do Paraná. Formada primeiramente como piloto de helicóptero, ela seguiu os estudos na área da aviação para tirar também o brevê para pilotar aviões.
"Eu não achava que ser piloto era um sonho possível. Pensava que era preciso fazer uma faculdade específica, que tinha que começar muito cedo, se dedicar por muito tempo", conta. "Quando vi que essa oportunidade era possível, um amigo meu, que é piloto, me convidou para fazer um voo experimental. Eles me colocaram em um voo para ver como era, e foi ali que apaixonei".
Essa primeira paixão, pelo helicóptero, fez com que enxergasse além e a motivou a ir atrás do brevê para aviões. Assim, ela iniciou novamente o processo para se formar primeiro como piloto privado, depois como piloto comercial e então multimotor, que a tornou apta a trabalhar com as aeronaves da Casa Militar.
As aulas práticas e teóricas, feitas no Aeroclube de Ponta Grossa, exigem conhecimento técnico em aeronaves, em meteorologia, regulamento de tráfego aéreo e navegação aérea. Para ter a licença de piloto privado em mãos, o aluno precisa fazer pelo menos 40 horas de aulas práticas. Já o brevê para piloto comercial exige, no mínimo, 150 horas de voo.
TRANSPORTE AÉREO
Criada há 96 anos, a Casa Militar tem como missão garantir a segurança do governador, do vice-governador e de todas as autoridades que visitam o Paraná, além de gerir o transporte aéreo do Estado.
Com uma frota de quatro aeronaves - três aviões e um helicóptero - a Divisão de Transporte Aéreo é responsável pelos voos executivos das autoridades estaduais, mas também dá suporte a ações de segurança pública e Defesa Civil e ao transporte de órgãos para transplante.
Somente no ano passado, as aeronaves da Casa Militar voaram 128 vezes para captar e entregar com agilidade órgãos para serem transplantados e salvarem vidas no Paraná, o maior número de operações desse tipo em um ano.
Para atender as demandas do transporte aéreo, a divisão conta com uma equipe de pilotos, copilotos e de apoio de solo, com profissionais tanto civis quanto militares. Além da parte operacional dos voos, a equipe toda também trabalha na área administrativa, se dividindo em turnos para que as aeronaves estejam aptas a voar sempre que acionadas.
A tenente Jenifer é copiloto da aeronave Grand Caravan C208B, um avião monomotor turboélice que tem capacidade de transportar até oito pessoas por voo, incluindo os dois tripulantes. "Meu papel é auxiliar o comandante em todas as etapas do voo, realizando os cálculos de performance, peso e balanceamento e plano de voo", explica.
PIONEIRISMO
Entre os quadros da PM-PR, a tenente Jenifer foi a primeira a ter brevê para pilotar aviões e a segunda apta a pilotar helicópteros. Quem abriu caminhos na aviação foi a tenente Maitê Baldan, que em 2019 se tornou a primeira mulher piloto do Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas, participando de missões policiais, além de resgates e salvamentos.
"A capitã Baldan foi uma inspiração para mim. Eu a vi e pensei o quanto aquela mulher era dedicada, me inspirou muito. Eu comecei no helicóptero, como ela, e agora sou a primeira piloto de avião da PMPR atuando nessa área", destaca Jenifer. (Foto: Fabriel Rosa/AENPR)