A força da indústria do Paraná e o Oeste como um dos destaques do setor foram a tônica da apresentação do presidente da Fiep, Edson José de Vasconcelos, na noite de ontem (29), durante a primeira reunião empresarial da Acic do calendário de 2024. Recepcionado pelo presidente Siro Canabarro e pelo vice Marcio Blazius, Edson, ex-presidente da associação comercial, apresentou radiografia detalhada de aspectos conectados ao cotidiano de um setor indispensável para a economia nacional.

O Paraná é dono do terceiro maior PIB Industrial do País, com mais de R$ 130 bilhões em 2023, e o Oeste lidera no interior do Estado, com 17,9% de participação. O dinamismo da agroindústria de alimentos, puxada pelas cooperativas, confere à região essa posição de liderança, frisou Edson. A indústria responde por 23,9% do PIB brasileiro, por 69,3% das exportações de bens e serviços, por 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento e por 34,4% da arrecadação de tributos.

O setor industrial emprega 10,3 milhões de trabalhadores, o que representa 21,2% dos empregos formais do País. O salário médio na indústria é maior em comparação ao do restante das atividades. Para um trabalhador do ensino médio, o salário fica na casa de R$ 2.236 e para o da indústria é de R$ 2.550. A diferença é ainda maior para aquele com formação superior completa: a média geral nacional é de R$ 6.205, enquanto que o colaborador da indústria recebe R$ 7.984. A cada um real produzido na indústria são gerados R$ 2,44 na economia e o valor chega a R$ 2,70 na indústria de transformação - serviços é de R$ 1,48 e agropecuária de R$ 1,72.

PARANÁ

O Paraná detém o terceiro maior PIB de Valor de Produção. A soma de R$ 130 bilhões alcançada em 2023 foi a que mais cresceu, no per capita, segundo Edson Vasconcelos. O setor responde por 27,5% do PIB paranaense, com a geração de 977 mil empregos, desses 33,1% estão no ramo de alimentos. O segmento de vestuário e acessórios responde por 6,7%, veículos 5,7%, produtos de metal 5,7% e móveis por 5,3% da produção. O Estado é líder em frango, tilápia, madeira para papel e celulose; segundo em suínos, leite e produção de florestas e terceiro em veículos, máquinas e implementos.

CASCAVEL

O número de indústrias em Cascavel é de 2.286, com 32.316 empregos. O valor adicionado bruto é de R$ 2,7 bilhões. A importação movimentou R$ 189 milhões e as exportações US$ 575 milhões em 2023. Edson falou também sobre a estrutura da Fiep (Sesi, Senai e IEL). Na educação superior, o Sesi tem 178 mil alunos e são 27,6 mil na Educação Básica. Ele informou ainda sobre futuros investimentos em Cascavel, que ganhará nova escola de referência do Sesi e uma nova unidade do Senai.

DESAFIOS

Edson fez uma leitura apurada dos desafios da indústria brasileira. Entre os principais estão limitações de infraestrutura e logística e pouca disponibiliza de recursos. Enquanto nos Estados Unidos são US$ 2 trilhões por ano em crédito, no Brasil o valor liberado é de US$ 60 bilhões fracionados em quatro anos.

O presidente da Fiep defende, como urgências, a modernização do parque industrial brasileiro, atualização de tecnologias, liberação de recursos para equipamentos, inovação e outros investimentos, e formação de profissionais qualificados, além de investir em programas para melhorar a produtividade e a redução do desperdício nas indústrias. (Foto: Divulgação)