Lula vira persona non grata
Se Jair Bolsonaro perdeu a chance de se reeleger principalmente por causa das bobagens que falou ao longo do seu mandato, com Luiz Inácio Lula da Silva não está sendo diferente - e não o foi também em seus dois primeiros mandatos, muito embora nada comparável à era Dilma Rousseff.
Esta segunda-feira (19) amanheceu com a notícia de que o governo de Israel tornou Lula persona non grata naquele país como resposta ao improviso totalmente infeliz do fim de semana, quando o presidente brasileiro, em incursão por Egito e Etiópia, classificou como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas do grupo Hamas, comparando esse triste episódio com 24 mil mortos até aqui a outro infinitas vezes pior: o extermínio de 6 milhões de judeus pelo nazismo de Adolf Hitler.
"Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa", reagiu o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Como atenuante para Lula existe a possibilidade disso não ser mantido por muito tempo, mas a condição para tanto, de acordo com palavras do ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, é que o presidente brasileiro "peça desculpas e se retrate".
Persona non grata, vale ressaltar, não é mero adágio popular, mas sim um instrumento previsto no artigo 6 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas para dizer que alguém não é bem-vindo a um determinado país. (Foto: AGBR)