Mínimo subiu só 1,81%, mas Bolsa Família vai subir 5,67%
Se o leitor esqueceu, vale lembrar que o salário mínimo subiu de R$ 937 para R$ 954 em janeiro. Os R$ 17 de acréscimo representaram míseros 1,81% de reajuste. Pouco para o bolso do assalariado, mas muito para os cofres do governo federal, que previu, à época, economizar R$ 3,3 bilhões ao longo deste ano com esta majoração que foge ao bom senso.
Agora à noite, no entanto, Michel Temer aproveitou o pronunciamento em cadeia nacional relativo ao Dia do Trabalhador para anunciar um acréscimo de 5,67% no valor da Bolsa Família, a entrar em vigorar em julho, momento nevrálgico para a definição da candidatura do presidente à reeleição.
Com isso, o valor médio mensal dos benefícios do Bolsa Família passará dos atuais R$ 177,71 para R$ 187,79, o que representará um gasto adicional de R$ 684 milhões no custo total do programa.
O índice anunciado foi uma imposição de Temer, pois a equipe econômica do governo defendia um reajuste de cerca de 3%, pouco acima da inflação do ano passado, que atingiu 2,95%.
"Enquanto alguns passam o dia criticando, a gente passa o dia trabalhando", disse o presidente, como se a mensagem não atingisse quem ganha o salário mínimo e se ele próprio não estivesse sendo alvo de uma investigação por desvio de recursos públicos. (Foto: Jornalistas Livres)