Itaipu vira pomo da discórdia
Dinheiro não falta à Itaipu, tanto que o preço de sua tarifa foi reduzido para US$ 16,66 por quilowatt (-12,69%) para 2024 e a empresa segue investindo um grande volume de recursos para bancar obras em parte do Paraná e do Mato Grosso do Sul, mas ainda assim seus funcionários começaram o ano com salários e férias atrasados, algo nunca registrado antes.
Isso levou o Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu a apelar à Justiça, que deu prazo de cinco dias para que a empresa se manifeste sobre o assunto, e forçou Itaipu a tornar público o que, muito provavelmente, sua diretoria e o governo brasileiro realmente queriam.
O problema está justamente no impasse gerado com o Paraguai pela redução no valor da tarifa aprovada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) diante do término do pagamento das dívidas assumidas para construção da hidrelétrica.
Interessada em que a tarifa volte aos mesmos US$ 20,75% do ano passado, a metade paraguaia da usina bloqueou o orçamento da binacional para 2024 como forma de pressionar o governo brasileiro a recuar e suspender o desconto, levando ao atraso inusitado na folha.
Há menos de dez dias os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Santiago Peña estiveram reunidos em Brasília para tratar do assunto, mas não chegaram a um acordo. Representantes do governo brasileiro devem ir a assunção por esses dias para retomar as negociações. (Foto: José Cruz/AGBR)