Os brasileiros mais ricos estão nadando ainda mais em dinheiro
Os 15 mil brasileiros mais ricos (apenas 0,01% da população) não têm do que reclamar, muito pelo contrário. Entre 2017 e 2022 o crescimento médio da renda deles alcançou nada menos que 96%, enquanto o da maioria esmagadora da população (os 95% mais pobres) avançou apenas 33%, ainda assim dois pontos percentuais acima da inflação do período.
Tais números constam de nota técnica publicada pelo Observatório de Política Fiscal Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.
Feito pelo economista Sérgio Gobetti, o estudo tomou por base dados das declarações do Imposto de Renda e serviu para ratificar o relatório da ONG Oxfam, apresentado recentemente no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, bem como o Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira, publicado no final de dezembro do ano passado pelo Ministério da Fazenda.
"Ao que tudo indica, a confirmar-se por estudos complementares, elevou o nível de concentração de renda no topo da pirâmide para um novo recorde histórico, depois de uma década de relativa estabilidade da desigualdade", diz nota técnica emitida sobre a pesquisa, chamando atenção para o expressivo crescimento da concentração de renda no País.
"Em resumo, ainda é cedo para avaliar se o aumento da concentração de renda no topo é fenômeno estrutural ou conjuntural, mas as evidências reunidas reforçam a necessidade de revisão das isenções tributárias atualmente concedidas pela legislação e que beneficiam especialmente os mais ricos", finaliza a nota do Ibre/FGV. (Foto: José Cruz/AGBR)