Secretários cobram pulso firme do Mapa contra a gripe aviária
O Conseagri (Conselho Nacional de Secretários de Estado da Agricultura) oficiou o Ministério da Agricultura e Pecuária solicitando a revogação da portaria baixada em dezembro do ano passado e a volta da suspensão total e sem ressalvas de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves. A medida visa recobrar a vigilância integral em todo o território nacional contra a influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1).
Pela referida portaria, os eventos com aglomeração de aves podem ser realizados quando o Serviço Veterinário Estadual autorizar, depois de avaliar a situação epidemiológica da Unidade Federativa e se houver um plano de biosseguridade, com a descrição de medidas de prevenção e controle para mitigar o risco de introdução e disseminação da doença.
"Chamamos a atenção para a preocupante possibilidade de aumento do risco de disseminação da doença com a edição da Portaria Mapa nº 642, de 21 de dezembro de 2023, principalmente com a aglomeração de aves em eventos e o transporte das mesmas como pontos de risco, o que precisa ser melhor avaliado neste momento", diz o documento dos secretários.
O texto também reforça a relevância da avicultura para o Brasil, tanto nos aspectos econômico e de segurança alimentar quando para o desenvolvimento sustentável do País. No caminho oposto, salientam a preocupação e o alerta total que a influenza aviária ainda exige, "por ser doença transmissível com rápido e elevado potencial de disseminação".
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, que preside a o conselho, "o controle e o combate precisam ser feitos de forma integrada e sem nenhuma brecha, com o objetivo de preservar um dos principais ativos do País".
MAIS DE 150 FOCOS
Desde 15 de maio de 2023, quando foi detectado pela primeira vez no Brasil o vírus da gripe aviária, o Brasil fez 2.555 investigações de suspeitas da doença, com 704 coletas de amostras. Foram detectados 151 focos, com resultados laboratoriais positivos para a influenza aviária de alta patogenicidade. Sete focos ainda estão em análise, sem conclusão laboratorial. (Foto: Gilson Abreu/AENPR)