Tira minha culpa...
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
Quando pedimos desculpa queremos ficar sem culpa. Algo está me incomodando e eu quero me livrar do peso da culpa, então ajo assim.
"O que eu te fiz está me fazendo mal, tira minha culpa para eu ficar bem"! Mas a pessoa que falou isso se retratou? Não!
Na maioria das vezes, o pedido de desculpa não produz o efeito esperado. Por que será?
A resposta pode estar em você mesmo (a). Pare de tirar o peso do seu ombro e comece a ser responsável por suas escolhas.
Sempre que você pedir desculpa de forma a se retratar, o foco da sua atenção não pode ser você e sim a outra pessoa.
Por isso, antes de se retratar centre-se no impacto do seu comportamento na vida da outra pessoa.
Identifique o prejuízo que você pode ter provocado, procure saber a forma como a outra pessoa se sentiu ou se sente por causa da sua escolha.
Quando não há retratação, isso acaba fragilizando a base da relação (de trabalho, amorosa, amizade, familiar etc...)
O tempo acaba passando e pode tornar a situação cada vez mais grave, pois a pessoa que foi ferida tem que lidar com a dor e a indiferença de quem a feriu.
Receber um pedido justo de desculpa (retratação) devolve a dignidade de quem foi ferido. E mais: isso remete o ferido a ter um olhar íntegro e digno de consideração por quem o feriu.
Quando aceitamos apenas a desculpa, a pessoa vai embora sem a dor, sem a responsabilidade de ter consciência dos danos que causou.
Em vez de apenas pedir desculpa, aprenda a se retratar com o outro dizendo "eu sinto muito pelo o que eu te fiz, pelo que eu escolhi fazer para você, pelas coisas que te falei, pela dor que te causei..." (Imagem: Facebook)
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é especialista em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito, com formação em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional e PNL - CRP-08/13639 - Contato (45) 99912-8788