Que sejamos todos felizes
J. J. Duran
Oito séculos atrás, São Francisco de Assis propôs que fôssemos mais que beneficiários, que fôssemos instrumentos da paz, que podemos semear colocando amor onde há ódio e respondendo em silêncio às ofensas dos outros.
É possível unir os seres humanos que nos rodeiam esclarecendo dúvidas, mostrando humildade e silenciando a estúpida soberba da superioridade.
Não machuquemos nossos irmãos nesse naufrágio chamado vida, ao contrário, estendamos a mão para levar esperança e dizer simplesmente "não estais sós, eu os acompanho".
No novo ano que está começando temos a oportunidade, que nos dá o Cristo crucificado, de reconhecer nossa própria imperfeição e nosso desejo de entrega fraternal da nossa parca riqueza material, e de fazer um humilde e sincero pedido de perdão a todos aqueles que ofendemos no calor ofuscante dos pensamentos e palavras.
Se velhice é sinônimo de cabelos brancos e pernas paralisadas, e mocidade é sinônimo de ilusões frescas, posso escrever que não anseio pelo futuro, mas também não choro pelo passado tortuoso que vivi.
Não voto nem posso ser votado, porém admiro qualquer político que tenha a inteligência, a honestidade e a autenticidade necessárias a defender a verdade, só a verdade.
Jamais escrevi trocando a liberdade por 30 moedas bíblicas e sempre admirei os colegas presos à ética e aos princípios imortais da liberdade de pensamento, sem os grilos que colocam em suas mentes aqueles que os perseguem por pensarem de forma divergente.
Os suspiros de loucas ideias de fraternidade, igualdade e amor de minha geração frustraram uma legião de pessoas que acreditaram na esperança, inspirados no Cristo crucificado pela incompreensão.
Aceitamos todas as coisas com seus ônus e percalços, glórias e fracassos, mas sem jamais perder a dignidade.
Desde pequeno me prostro ante a figura de um homem ensanguentado e moribundo pendurado em uma cruz.
Aprendi a amá-lo e procurei sempre fazer o que Ele próprio pediu: "Pai, perdoai-os, pois não sabem o que fazem".
Tomara em 2024 silencie o ruído das guerras, termine a ignomínia da diversidade de raças e seja resfriado o calor do status material. Enfim, tomara sejamos todos felizes. (Foto: Freepik)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná