Agora sim Grupo Sperafico está em recuperação judicial
Em junho de 2022, a Sperafico Agroindustrial teve acatado o pedido de recuperação judicial pela Justiça do Mato Grosso do Sul. No entanto, credores apelaram e tornaram a decisão nula sob alegação de que a competência para tal era da Justiça do Paraná, uma vez que o grupo tem sede aqui.
Nesta semana, passado exatamente um ano e meio, o pedido foi novamente acatado, agora de forma definitiva, por Eugênio Giongo, juiz da 3ª Vara Cível da Comarca de Toledo, onde funciona a sede do grupo.
A dívida total atualizada é da ordem de R$ 1,3 bilhão, mas como o plano aprovado prevê um deságio médio de quase 80%, isso significa que ela cai para algo próximo de R$ 250 milhões, pagáveis em até 20 anos.
Entre os maiores credores da Sperafico estão Imcopa, Glencore, Cooperativa Lar, bancos Voiter, Daycoval, Santander, Bradesco e Safra e o fundo PCG-Brasil. "Com a homologação do plano, os primeiros a receber serão os credores trabalhistas, a partir de janeiro", esclarece Isabella Nunes, advogada da DASA Advogados, representante do grupo, que no seu auge chegou a administrar 34 armazéns e cinco unidades de esmagamento de soja.
CONDIÇÕES
De acordo com o plano de recuperação, agora definitivamente aprovado, os credores do Grupo Sperafico serão pagos dentro das seguintes condições:
- Trabalhistas: será aplicado um deságio de 73,5%. Para 15% dos credores, o pagamento será feito em um ano. Para o restante, em 20 anos.
- Com garantia real: será aplicado um deságio de 78,2% sobre o valor da dívida. O saldo restante será pago em até 20 anos.
- Quirografários: será aplicado um deságio de 78,7% sobre o valor da dívida. O saldo restante será pago em até 20 anos.
- Microempresas: será aplicado um deságio de 80% sobre o valor da dívida. O saldo restante será pago em até 20 anos.
Daniel Amaral. "Isso foi de fato um grande case para uma recuperação judicial".
"E a empresa entende que com a reestruturação pode voltar a continuar com sua fase de crescimento, para ser uma das maiores empresas do agronegócio", afirma. "Talvez se não tivesse ocorrido todos esses problemas no passado, hoje ela poderia estar numa das cinco maiores empresas do agronegócio do Brasil. A ideia é que ela volte a ter esse crescimento. Agora a empresa tem uma perspectiva bem real de retomada da sua atividade". (Foto: Reprodução)