No apagar das luzes do ano legislativo, o Congresso Nacional demonstrou sua força e impôs duas derrotas amargas ao presidente da República nesta quinta-feira (14), o que mostra que o azedume da relação entre os poderes Legislativo e Executivo. Desde o início do ano Luiz Inácio Lula da Silva liberou o pagamento de R$ 30 bilhões em emendas parlamentares, 79% mais que durante toda a gestão de Jair Bolsonaro, mas nem assim conseguiu impor sua vontade.

Primeiramente, senadores e deputados federais derrubaram o veto presidencial ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores econômicos e de pequenos municípios até 2027. No Senado, foram 60 votos pela derrubada do veto contra 13 contrários. Na Câmara, foram 378 votos pela derrubada do veto e 78 pela manutenção do veto presidencial.

Depois, derrubaram os vetos ao projeto de lei que estabelece a tese do marco temporal das terras indígenas, algo muito desejado pelo agronegócio. Com isso, os indígenas só terão direito ao território em que estavam na época da promulgação da Constituição, em outubro de 1988. Os vetos foram derrubados com os votos de 53 senadores e 321 deputados - só 19 senadores e 137 deputados votaram com o governo. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/AGBR)