Paraná peita redução do índice de umidade da soja
A Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) mobilizou, nesta quarta-feira (13), uma delegação com dezenas de representantes da classe rural, entre produtores, presidentes de sindicatos rurais e técnicos, para firmar a posição contrária do agro paranaense à proposta de reduzir, de 14% para 13%, o percentual de umidade na classificação da soja.
Durante a audiência, realizada na Câmara Federal por proposição do deputado paranaense Sergio Souza, o Paraná, único Estado a marcar presença, ratificou a posição que a Faep havia manifestado ainda no dia 25 de outubro, defendendo que a mudança da norma, defendida pelo Ministério da Agricultura para atender ao novo padrão exigido pela China, alertando que isso irá reduzir a competitividade internacional do Brasil, além de onerar o setor produtivo.
"O produtor é o primeiro a perder com a redução da umidade para 13%. Não vamos aceitar essa alteração, pois não podemos absorver esse prejuízo. O produtor terá pelo menos 1,15% a menos de produto para vender, impactando diretamente na sua receita", destacou, durante a audiência, o presidente da Comissão de Grãos da Faep, José Antonio Borghi.
O Brasil adota o padrão de 14% da umidade desde quando começou a produzir soja e a alteração desse teor impactará no peso dos grãos e, consequentemente, reduzirá a renda dos produtores. Além disso, a Faep argumenta que soja já sai dos portos brasileiros com umidade menor que 13% e que, portanto, o padrão atual de 14% não prejudica a competitividade da soja brasileira.
Segundo levantamento realizado pela CNA, a mudança traria um prejuízo de pelo menos R$ 3,5 bilhões aos agricultores, considerando-se apenas o volume de produção da safra atual. A Confederação diz que está aberta ao diálogo e continuará defendendo a manutenção do teor de umidade da soja de 14% ou uma compensação financeira justa para o produtor rural aceitar a alteração. (Foto: Divulgação CNA)