Casos de ferrugem na soja mais que dobram em um mês
O Consórcio Antiferrugem, parceria público-privada que monitora os casos de ferrugem na cultura da soja, apurou umn aumento no número de registros no País superior a 100% entre novembro e dezembro. Os primeiros estados a registrar focos dieN Paraná e São Paulo, seguidos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No comparativo com o mesmo período do ano passado, o aumento do número total de casos foi bastante significativo. O crescimento pode ser justificado pela ocorrência do El Niño, fenômeno climático que vem se intensificando ao longo dos últimos meses com fortes ondas de calor, variações de temperatura, inverno mais brando e distinção na ocorrência das chuvas: maior frequência e intensidade na região Sul e irregularidade no Centro-Oeste e Nordeste.
"Nas últimas safras estávamos sob influência do La Niña e, por isso, o comportamento de doenças foliares foi diferente, principalmente em relação à ferrugem asiática. Hoje, nesse cenário sob nova perspectiva climática, em que há atraso dos plantios tanto no Sul - devido altos índices de pluviosidade - quanto no Centro-Oeste e Norte - devido à escassez pluviométrica -, teremos uma das maiores janelas de semeadura da sojicultura, alertando principalmente para maiores possibilidades de ferrugem asiática", analisa Mariana Dossin, da Basf.
Ainda segundo ela, a variação climática dessa safra acende um alerta para a agricultura nacional. "Por exemplo, as condições que estamos vendo na Região Sul favorecem o estabelecimento e desenvolvimento de doenças foliares como mancha-alvo, cercóspora e a antecipação e agressividade da ferrugem asiática. Já na região Centro-Oeste, a oscilação de baixa pluviosidade e altas temperaturas tem influenciado em perdas de estande, áreas de replantio e ainda instabilidade nos tratos culturais devido ao estresse hídrico, que trazem consigo riscos de fitotoxicidez", afirma. (Foto: Sistema Faep)