Chuvarada deixou prejuízo de R$ 2,5 bi ao agro paranaense
As chuvas torrenciais das últimas semanas deixaram como herança um prejuízo de R$ 2,5 bilhões ao agronegócio paranaense, de acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Estado referente ao período de 24 a 30 de novembro e que pode ser acessado clicando AQUI.
Produto de trabalho meticuloso do Deral, o boletim aponta que os prejuízos maiores foram na queda de produção da uva, cotação do bovino de corte, custo de produção do frango e exportações de carne de peru.
"Lamentavelmente, é um quadro delicado. É um El Niño muito forte. Não esperávamos essa magnitude", comentou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrando que o maior prejuízo coube aos triticultores, que estavam colhendo a safra 2022/23 - a produção recuou praticamente 980 mil toneladas em relação ao potencial.
Mas as maiores perdas monetárias foram observadas entre os produtores de fumo, com prejuízo projetado em quase R$ 560 milhões, perdendo 31 mil toneladas do produto. As folhas retiradas até o momento saíram de plantas de porte pequeno.
Outras culturas da safra de verão que estão em término de plantio já registraram prejuízo estimado em R$ 750 milhões, mas esse cálculo ainda é preliminar. Em algumas regiões, especialmente o Oeste e o Sul, a baixa luminosidade é o principal fator de preocupação, pois pode implicar no rendimento da lavoura. Além disso, a erosão é um fator agravante.
Além desses prejuízos, produtores precisaram replantar algumas áreas, o que encareceu ainda mais a safra visto que nessas culturas mais de um terço dos custos estão relacionados às sementes e à adubação de base. O arroz irrigado, que tem o Noroeste como terra mais adequada no Estado, teve áreas alagadas por mais de um dia com estimativa de perda de 36,6 mil toneladas.
Das principais culturas paranaenses, o milho de segunda safra foi colhido em período anterior às chuvas fortes e acabou favorecido pelas temperaturas mais altas, levando a uma produção recorde de 14 milhões de toneladas.
No caso específico da avicultura, que é muito forte sobretudo no Oeste, segundo a Embrapa Suínos e Aves o custo de produção no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, atingiu, em outubro de 2023, o valor de R$ 4,27/kg, representando um aumento de 1,18% (+R$ 0,05/kg) em relação ao mês anterior (R$ 4,22/kg). (Foto: Gilson Abreu/AENPR)