Democracia, segundo qualquer dicionário de língua portuguesa, é um sistema em que o eleitor exerce a sua soberania escolhendo a quem entregar a condução do seu destino por meio do voto. E viver numa democracia implica em aceitar a decisão da maioria, mesmo que ela não seja do nosso agrado.

Mas a polarização política que se estabeleceu nos últimos anos parece ter mudado isso tudo, pois mais de um ano já se passou e o veredicto das urnas de outubro de 2022 segue balizando os debates políticos em geral, e não só nas redes sociais como também no Parlamento, que tem uma função ainda mais importante que a do eleitorado na defesa da democracia.

Mas no Paraná não é exatamente isso que está acontecendo. Apenas um dia depois de ver aprovada sua proposição para conceder o título de Cidadão Honorário do Estado a Jair Bolsonaro - o que é plausível na medida em que 62,40% aprovaram o mandato do ex-presidente dizendo nas urnas que desejavam sua manutenção no comando do País -, o deputado Ricardo Arruda protocolou projeto propondo a instituição do Dia Estadual do Patriota, a ser celebrado em 20 de novembro, data da morte, no presídio da Papuda, em Brasília, do miniempresário baiano Cleriston da Cunha, um dos presos pelos atos de 8 de janeiro.

Definitivamente, não é agindo assim que se vai pacificar o Brasil, condição essencial para que o País possa ser "descontaminado" desse radicalismo que, já está mais do que claro, não tem produzido nada além de separar amigos e dividir famílias.

"Não importa os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante que eles" - cantor Roberto Carlos. (Foto: Reprodução Twitter)