Mudança do Brasil passa pela não reeleição dos maus políticos
Alcançar mudanças estruturais, de gestão e de condução política do País, é tarefa muito mais difícil do que se pode imaginar. Não passa unicamente pela eleição de um novo presidente, MS também pela renovação substancial do Congresso Nacional para expurgar dele os mais políticos.
Essa é a síntese da apresentação do cientista político e advogado Marcelo Navarro, feita na noite de ontem (9) durante o encontro empresarial da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel).
Navarro foi convidado pela entidade para falar sobre "Panorama da política contemporânea brasileira". Para chegar ao ponto nevrálgico de sua exposição, ele fez uma recuperação história de momentos que contribuíram para definir o perfil social, econômico e político do País.
O palestrante deu algumas definições de política, que é a ciência do governo dos povos e um mecanismo de orientação de administração de um estado. E o poder, por sua vez, está ligado à ideia de posse dos meios para se obter vantagem de um homem sobre outros.
O poder político, entretanto, ocorre em sua forma mais abrangente quando há conexão do conceito com a prática de Estado. Os estados absolutos da antiguidade enfrentaram a descentralização política a partir da idade média. E na era moderna surgirem o estado-nação, o mercantilismo e o contratualismo. No estado moderno, há capitalismo, liberdade, igualdade e democracia. São alterações históricas que mudaram a forma de as pessoas se relacionarem entre elas e com o Estado.
O professor também deu informações sobre a formação política, social e econômica do Brasil, desde o período colonial. Citou a República Velha (1889-1930), a Era Vargas (1930/1945), a República Paulista (1945/1964) e o Regime Militar (1964/1985).
Outro momento importante foi a elaboração da Constituição de 1988 que, segundo Marcelo Navarro, é uma das mais prolixas do mundo, basicamente focada em direitos que tornam o estado ainda maior e ineficiente.
PERFIL DO ELEITOR
Atualmente, o Brasil tem 147.302.354 eleitores: 52,3% (77.045.387) de mulheres, e 47,31% (69.692.839) de homens. As três faixas etárias com o maior número de eleitores estão entre os 35 a 39 anos, 30 a 34 e 25 a 29. Quarenta por cento deles têm o ensino médio completo ou incompleto. Outros 26% têm o ensino fundamental incompleto. Pesquisa recente indica que 70% deles acreditam que uma eleição pode mudar o Brasil, no entanto mais da metade se diz especialmente pessimista em relação ao pleito de 2018.
Os principais motivos do pessimismo são, segundo Navarro, a corrupção, a crise de confiança nos políticos e no governo, o fato de não se apresentarem bons candidatos e a repetição dos mesmos nomes de sempre. Outro dado interessante, conforme o cientista político, diz respeito ao fato de 56% dos eleitores não terem interesse em comparecer às urnas, fazendo-o em função unicamente de o voto ainda ser obrigatório. Sessenta e um por cento dizem que vão prestar muita atenção nos candidatos e para 72% o tema emprego deverá ser o mais determinante entre as propostas apresentadas.
Quase a metade do total de eleitores, 70 milhões, afirma estar indecisa em quem votar para presidente. Diante disso, observa Navarro, o vencedor da disputa presidencial será aquele que, com inteligência e bom-senso, souber atrair a maior fatia desses eleitores. O cientista político citou também sobre os maiores problemas nacionais que, na opinião dele, residem em um modelo injusto, distorcido e no qual a burocracia e os excessos legais praticamente aniquilam o empreendedorismo. As sérias perdas que o País teve nos últimos anos só serão compensadas com mudanças sérias no Congresso e com a eleição de alguém que contribua para a modernização e tornar o estado mais rápido e eficiente. (Foto: Assessoria Acic)