Um crime bárbaro e seus mistérios
Um debate no Senado Federal tornou público na semana passada que 94,8% dos magistrados brasileiros ganham acima do teto remuneratório brasileiro, que está hoje em R$ 41.650, 92.
Isso tem sido possível com a incorporação de vantagens e mais vantagens que tornam a turma da toga a classe mais privilegiada do País e sem efeito algum para minimizar a falta de celeridade, que é a maior queixa da população em relação ao trabalho do Poder Judiciário.
E por falar em lerdeza, também por esses dias tem chamado atenção Paraná e Brasil afora um fato que exemplifica muito bem o pouco caso de parte da magistratura com a dor alheia. Refiro-me ao julgamento dos réus implicados em um dos crimes mais bárbaros da história recente do nosso Estado: o assassinato do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas.
O caso já completou 5 anos e o Juduciário ainda não tem um veredicto capaz de aplacar um pouco a dor da família do jovem atleta, que foi degolado com uma faca de cozinha. No último sábado (25) o quarto juiz se declarou suspeito e abandonou o processo, e por motivos envoltos em enorme mistério.
Seria de bom alvitre que o Tribunal de Justiça do Paraná se posicionasse para esclarecer as razões desse estranho fato e indicasse um magistrado sem medo de cumprir o papel que se propôs a exercer quando participou do concurso público a fim de se dar continuidade e conclusão ao processo. É pedir demais? (Foto: Divulgação SPFC)