O horror da guerra
J. J. Duran
A realidade política mundial por vezes nos abala de forma profunda, como está acontecendo neste triste momento da humanidade com a eclosão de mais uma guerra no Oriente Médio.
Nada é capaz de aplacar a dor dos familiares e amigos de judeus e palestinos que estão sucumbindo diante da fúria demencial do terrorismo.
A grande maioria dos povos observa com dor e solidariedade a passagem letal da fúria destruidora dos sem razão, que escolheram substituir o diálogo pelas armas.
Nos últimos dias, ao acompanhar o noticiário das redes de televisão sobre esse conflito, repleto de imagens trágicas, me veio à memória um livro de Michel Gherman, no qual é possível encontrar o poema "E não sobrou ninguém", escrito por Martin Niemöller para descrever, com certa dose de humor, o dilema enfrentado hoje por esses dois povos:
Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista;
Em seguida levaram os sociais-democratas
Mas não me importei com isso
Eu também não era social-democrata;
Depois levaram os judeus
Mas como eu não era judeu
Não me importei com isso;
Depois levaram os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não era sindicalista;
Depois levaram os católicos
Mas como não era católico
Também não me importei;
Agora estão me levando
Mas já é tarde
Não há ninguém para
Se importar com isso.
Com profunda dor, como cristão e como sobrevivente do fratricídio platino pela graça da Virgem de Lourdes, rogo a Deus que a névoa dessa guerra se dissolva rapidamente nos areais ardentes do deserto.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná