CPI pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas
Apresentado na manhã desta terça-feira (17) pela relatora, senadora maranhense Eliziane Gama, o texto conclusivo da CPI que investigou a depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, nos atos do dia 8 de janeiro deste ano, foi fundo e pediu o indiciamento de nada menos que 61 pessoas, além de fazer um alerta de que a tentativa de ruptura "ainda não terminou".
Com nada menos que 1.333 páginas, o documento pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado uma espécie de mentor dos atos, de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e dos ex-ministros Braga Neto, Anderson Torres, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier Santos e Freire Gomes, todos militares.
"Como se verá nas páginas que se seguem, a democracia brasileira foi atacada: massas foram manipuladas com discurso de ódio; milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral; forças de segurança foram cooptadas; tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições; um golpe de Estado foi ensaiado; e, por fim, foram estimulados atos e movimentos desesperados de tomada do poder. O Oito de Janeiro é obra do bolsonarismo", diz o texto da relatora.
"Os executores foram insuflados e arregimentados por instigadores, que definiram, de forma coordenada, datas, percurso e estratégias de enfrentamento e ocupação dos espaços. Caravanas foram organizadas de forma estruturada e articulada. Extremistas radicais tiveram as passagens pagas e a estada em Brasília subsidiada", acrescenta.
Por discordar de uma série de pontos, a oposição deve apresentar nas próximas horas um relatório paralelo ao de Eliziane, cuja apreciação pelo plenário está prevista para esta quarta (18). (Foto: AGBR)