Cascavel, 28 de novembro de 2024
11/10/2023 - 08h51

Oeste recebe apoio da Itaipu proteger seus rios e nascentes

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Giuliano De Luca
11/10/2023 - 10h52
O retorno ao fabuloso mundo das migalhas de Itaipu Em um épico retorno ao passado, como se tivéssemos sido transportados de volta à era dos dinossauros, Itaipu, a colossal, decidiu reavivar o seu adorado programa Cultivando Água Boa, ou deveríamos dizer o Programa de Migalhas. Sob o governo do PT, Itaipu já havia surpreendido o mundo com essa obra-prima da contribuição pífia ao desenvolvimento regional, destinando merrecas para uma dúzia de municípios. Entre os contos de fadas do "Cultivando Água Boa" e o atual "Programa de Migalhas", houve um breve lapso de contribuições grandiosas de Itaipu sob o governo do terrível Bolsonaro. Durante esse período sombrio, a usina fez algo inconcebível: investiu quantias absurdas em melhorias reais para a região. Quase R$ 2,5 bilhões em um único ano, para ser exato, foram destinados a projetos que ousaram aprimorar a infraestrutura e a economia local. Como poderíamos esquecer o aumento da pista do aeroporto de Foz do Iguaçu, um projeto que, além de permitir o pouso de aeronaves maiores, também aumentou nossa fé nas possibilidades mágicas do desenvolvimento. A duplicação da rodovia que leva ao aeroporto? Bem, isso quase nem era necessário. E, claro, a segunda ponte que interliga Brasil e Paraguai. Uma ponte não apenas de aço e concreto, mas uma ponte para os nossos sonhos de prosperidade regional. Mas, ah, esses dias de ouro do investimento em infraestrutura não eram para durar. Afinal, quem precisa de melhorias tangíveis quando temos a retórica retumbante e promessas vazias? Com a volta do governo do PT, essas extravagâncias desapareceram, como um truque de mágica esfumaçado. É como se Itaipu tivesse redescoberto sua verdadeira vocação de ilusionista, deixando para trás os incômodos deveres de fomentar o desenvolvimento regional. Por que se preocupar com a realidade quando podemos voltar a brincar com migalhas? Quem precisa de investimentos substanciais quando podemos dividir os centavos? O programa "Gestão por Bacias Hidrográficas" é, sem dúvida, mais uma joia no vasto tesouro de iniciativas inovadoras. Suas ações modestas, que pouco fazem para abordar as necessidades críticas da região, são de fato um presente para a humanidade. Talvez em breve possamos esperar que eles nos surpreendam ainda mais, oferecendo um punhado de cartões de presente ou um vale-combustível como parte do pacote de ajuda regional. É claro, não podemos esquecer que Itaipu já quitou sua dívida de construção em fevereiro deste ano. Mas, afinal, por que desperdiçar recursos em melhorias estruturais reais quando podemos continuar a brincar de faz de conta com programas que, na melhor das hipóteses, têm um impacto marginal? Este é um lembrete lúdico e irônico de que não importa o quanto uma usina hidrelétrica lucrativa possa ser capaz de contribuir para o desenvolvimento econômico e social de uma região, o importante é manter as aparências e os discursos vazios. As necessidades reais das comunidades locais podem esperar, enquanto eles brincam com programas que mais se assemelham a um espetáculo de mágica ilusória do que a medidas concretas de apoio ao desenvolvimento. Aplaudimos efusivamente o retorno ao fabuloso mundo das migalhas de Itaipu. Quem precisa de progresso real quando temos programas de encher os olhos que soam bem no papel, mas fazem pouco para melhorar a vida das pessoas? Ah, a doce ironia da gestão dos recursos públicos. Bravo!

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