O circo de ouro
J. J. Duran
"As únicas forças que mudam a História são as mesmas que mudam o coração do homem" - Luigi Giussani.
Há muito as pessoas percebem que o grande problema social é político, mais precisamente "os políticos".
Mudanças se impõem não só no Brasil. A começar por rever velhos códigos, que foram desatualizados pela corrente renovadora vigente na sociedade universal.
Novos costumes, novos hábitos de vida, novos delitos cuja tipificação exige urgência tendo em vista a crescente criminalidade cotidiana.
Mas mais uma vez mais o Estado se mostra incapaz de encontrar um antídoto ao poder demonstrado pela marginalidade.
São problemas que, ao menos em parte, são efeitos de uma causa chamada corrupção nos próprios governos, que não sabem ou não querem remediar isso o vandalismo.
Um vandalismo que culminou com os episódios de 8 de janeiro, em Brasília, onde pseudopatriotas atacaram duramente as instituições senhoras da República, em um ato de fúria derivado das mensagens de ódio espalhadas principalmente pelas redes sociais.
Com o atual sistema administrativo da República, os trabalhadores da política são eleitos pelo povo para representar uma sociedade que opina sem saber, intolerante, polarizada pelo discurso da "caça aos inimigos" sem dó nem piedade.
Já opinamos aqui sobre as autênticas prioridades esquecidas pelo Parlamento, pelos meios de comunicação e por outras vias de propaganda por conta do aparato republicano, abrindo margem para que o aparato televisivo se apegasse ao circo de ouro, uma alusão às joias vindas de fora e que poderiam muito bem ser usadas para ajudar quem aqui dentro passa fome e não para benefício dos governantes de plantão.
Os militares deram um tiro de canhão no pé? O papa Francisco, que não se deixou envolver pela famosa Cúria Romana, é socialista? O governo lulista está por abrir as portas de uma nova lavanderia? Ainda há campo para o surgimento de novos caçadores de bruxas?
É chegada a hora 25, momento de os eleitos não fazerem um novo circo de joias, no qual o silêncio é gratificado com abundância e a verdade é simplesmente sepultada.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná