Quem doma este monstro?
No Brasil - e de certo no restante do mundo, pois não somos uma exceção à regra - as tais redes sociais viraram um verdadeiro lixão a céu aberto. Nelas é possível encontrar algumas poucas pérolas e entulhos mil que os tais "analistas de plantão" insistem em manter à mercê do sol e da chuva, apodrecendo e cheirando mal.
É exatamente isso que acontece no debate presente sobre a crise nas prefeituras. Os lulistas atribuem a culpa ao Governo Bolsonaro pelo corte no ICMS, cujas perdas para estados e municípios foi estimada em R$ 115 bilhões. Por sua vez, os bolsonaristas jogam tudo nas costas do Governo Lula, que elevou de 23 para 38 o número de ministérios. Em ambos os casos há fundamento, mas apenas mínimo.
A maioria que se arvora em dar seu "pitaco" sobre o tema ignora que esse problema, que no Paraná fez minguar a arrecadação de mais da metade dos municípios desde o início do ano, apenas se tornou mais visível agora, mas começou há décadas e, em determinados casos, até há séculos, desde quando a bandeira do tal municipalismo foi hasteada pela primeira vez.
Dos 5.568 municípios existentes atualmente no Brasil, 1.324 possuem menos de 5 mil habitantes conforme dados do Censo 2022. Do Paraná, estão nessa faixa 102 dos 399 municípios do Estado. Para se ter uma ideia singela, seria necessário juntar os moradores de nada menos que 73 desses municípios para atingir a população apenas de Cascavel, a quinta maior cidade do Estado.
Por mais que isso desagrade a muita gente, talvez este seja um momento apropriado para começar a levar a sério o debate em torno da chamada PEC do Pacto Federativo, que prevê a extinção de todos os municípios com até 5 mil habitantes, pois assim se eliminaria 1.324 prefeituras e igual número de câmaras municipais, dando aos municípios-sede uma condição bem mais favorável de atender às necessidades de suas comunidades interioranas. (Arte: Câmara dos Deputados)