Segundo dados do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná, 723 pessoas faleceram em acidentes de trânsito no Estado de janeiro a julho de 2023, uma média de sete mortes a cada dois dias. A média deste ano apresenta queda de 7,2% se comparada ao mesmo período de 2022, quando 779 pessoas vieram a óbito. Traduzindo em números, foram 24.256 acidentes nos primeiros sete meses de 2023 contra 24.208 de 2022, uma diferença de 0,2%.

Segundo Silvio Kasnodzei, presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná), todo o setor do transporte recebe bem a notícia. "É necessário que a cada dia nossa cidade tenha um trânsito mais seguro. É importante ter em mente que nossos colaboradores e familiares estão circulando no deslocamento para o trabalho ou para suas casas diariamente, além da execução dos trabalhos de coletas e entrega", comenta Silvio.

Mas, por mais que a notícia seja positiva aos olhos dos motoristas e das entidades, ainda há muito trabalho a ser feito. Atualmente o Paraná lidera a implantação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, de acordo com a agenda global de segurança viária. Denominado Pnatrans, o projeto tem como meta árdua reduzir em 50% o número de acidentes no Estado até 2028, salvando cerca de até 86 mil vidas brasileiras.

A meta não é nacional, e a divisão de objetivos por estado usou das informações sobre número de mortos no trânsito com dados do Ministério da Saúde. Para isso, o governo deseja trabalhar em mais de 120 frentes, incluindo o aumento da fiscalização, a capacitação de mais agentes públicos, melhorias de equipamentos nos departamentos de trânsito, regulamentação dos itens de segurança e redução de burocracias dependendo dos processos.

Kasnodzei acredita que é possível realizar tal mudança, mas que é necessário que toda a comunidade esteja comprometida e envolvida nesse processo. "O Paraná sempre se destacou nesse tema e em muitos outros, mas isso só é possível graças à administração que o povo elegeu para cuidar da cidade. Esse é um trabalho iniciado há tempos, cujos frutos estamos colhendo agora. Tudo começa na escola, na conscientização da criança e do adolescente, os quais, quando adultos, colocarão em prática o que aprenderam e vão inclusive orientar e cobrar atitudes de pessoas mais velhas", enfatiza o presidente.

O Estado tem se destacado nas táticas de enfrentamento de acidentes de trânsito. Atualmente, apresenta 60 ações que envolvem Curitiba e outras cidades, incluindo Cascavel, e englobam Detran e DER. Dentre essas ações, 23 são de educação para o trânsito, vinte de normatização e fiscalização, nove de gestão de segurança no trânsito e oito em vias seguras.

"Não é difícil outros estados se inspirarem no Paraná, mas acredito que para chegar a tal patamar é necessário um trabalho conjunto das entidades do transporte de cargas, como obter o apoio das autoridades de trânsito com reuniões e treinamentos constantes e com palestras presenciais e virtuais, além de envolver os empresários. Desta forma, são mobilizadas centenas de profissionais para a conscientização de suas responsabilidades em relação ao trânsito", finaliza Kasnodzei. (Foto: Sesp-PR)