O lado humanitário do Rei Pelé
Nas redes sociais é possível ver que muitos paranaenses torceram o nariz diante da proposta protocolada nesta semana, na Assembleia Legislativa, pelos deputados Alexandre Curi, Hussein Bakri e Ney Leprevost, propondo que 19 e novembro passe a fazer parte do calendário de datas comemorativas do Paraná como o Dia do Rei Pelé.
Nada de anormal, a se considerar que ultimamente uma grande fatia das homenagens propostas pelo Legislativo (em todos os níveis) não passa de agrado a cabos eleitorais e padrinhos de campanha. Mas neste caso, a reação tem a ver com um absoluto desconhecimento desses detratores à vinculação do Rei do Futebol com o Paraná.
Vamos aos fatos: ao marcar seu milésimo gol, em 19 de novembro de 1969, Pelé fez um apelo comovente. "Aproveito a oportunidade para pedir a todos os brasileiros que não esqueçam as crianças pobres, que não esqueçam os necessitados", disse ele no Maracanã superlotado.
Diferentemente da maioria esmagadora dos nomes ilustres de hoje em dia, ele não ficou só no discurso como adotou o Instituto de Pesquisa Pequeno Príncipe, instituição filantrópica localizada em Curitiba e que hoje é referência para o mundo, com mais de uma centena de estudos realizados em sete linhas de pesquisa, todos voltados à busca de avanços no diagnóstico e tratamento de crianças.
O apoio de Pelé abriu muitas portas para que o Pequeno Príncipe pudesse captar recursos nacionais e internacionais e trouxe eficiência e visibilidade ao hospital curitibano, hoje o maior e mais completo do País voltado ao atendimento exclusivamente pediátrico.
Diante disso tudo, resta deixar no ar a seguinte pergunta: e aí, Pelé merece ou não merece o reconhecimento dos paranaenses? (Foto: Arquivo Pequeno Príncipe)