Enio Verri coloca o PT no tabuleiro de 2024 e 2026
O diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, que administra uma verba de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, coloca o PT como protagonista nas eleições de 2024 e 2026. De quebra, o partido deseja polarizar em uma eventual eleição suplementar ao Senado em caso de cassação de Sérgio Moro. A proposta petista é avançar no eleitorado do Sul, considerado conservador, a partir do Paraná.
O R$ 1 bilhão, anunciado por Verri na presença de prefeitos, vereadores e deputados, será destinado a projetos ambientais, sociais e obras de infraestrutura de 434 municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul. A média será de R$ 2,3 milhões por cidade e as obras de infraestrutura não têm esse teto.
Verri e sua equipe na Itaipu, além de ampliar a área de influência da usina para todo o Paraná e parte do Mato Grosso do Sul - 35 dos 141 municípios do estado -, já fez cinco reuniões com as associações de municípios paranaenses. "Com esse grandioso programa, Itaipu oferece uma grande contribuição ao desenvolvimento dos municípios que integram sua área de abrangência, beneficiando todo o Estado", disse o presidente da AMP, Edimar Santos, prefeito de Santa Cecília do Pavão, cidade com menos de cinco mil moradores.
Além dos R$ 4 bilhões da Itaipu, as cidades vão receber R$ 107,2 bilhões do novo PAC, investimento maior do que o Rio Grande do Sul (R$ 75,6 bilhões) e Santa Catarina (R$ 48,3 bilhões). Na escala, será o sexto maior investimento entre os estados e o maior entre as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte.
Pelo PAC, o Paraná vai receber 671 conjuntos do Minha Casa, Minha Vida, mais 115 obras de educação e ciência, 44 de transporte (obras rodoviárias), 16 de segurança energética (PHCs, estações), 11 de inclusão digital, sete de águas (ETEs e ETAs), seis de saúde e uma de infraestrutura social. O estado também está nos novos planos de concessões rodoviárias e ferroviária com a Ferroeste.
Na cidade-sede da usina, Foz do Iguaçu, os investimentos também serão amplos. A retomada das obras da sede da Unila deve demandar até R$ 500 milhões, Verri e o presidente Lula anunciaram a construção de mais de 200 casas e ainda se prevê um grande investimento na área de saúde, no Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Nesta lista não está a conclusão das obras como a Perimetral Leste, as complementares da segunda ponte e a duplicação da Rodovia das Cataratas.
"Queremos uma Itaipu no modelo preconizado pelo governo federal, de união e reconstrução, com respeito às diferenças e às opiniões. Vamos contar com o apoio de todos os prefeitos e prefeitas, e também da Caixa, que colabora com décadas de experiência e transparência, para fazer um país, um Paraná e um Mato Grosso do Sul cada vez mais prósperos e justos", disse Verri no lançamento do programa Itaipu Mais que Energia .
ELEIÇÕES
Com esse capital político, o PT deseja polarizar as eleições já em 2024. Atualmente, o partido tem oito prefeitos, oito vice-prefeitos e 11 vereadores e quer potencializar esses números e ainda polarizar a disputa das cidades grandes como Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Araucária, Guarapuava, Toledo, Fazenda Rio Grande e Paranaguá.
Entre os partidos, o PT vai manter a aliança com o PV e PCdoB e ampliar esse campo para o Psol, PSB, PDT, MDB e PSDB. "Cada cidade será tratada no âmbito da direção municipal do partido e claro com a atenção maior para os grandes colégios eleitorais", disse um dirigente do partido.
Já no caso da eleição suplementar ao Senado, o PT tem três pré-candidatos: a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional da sigla; o deputado federal Zeca Dirceu, líder do partido na Câmara; e o ex-senador Roberto Requião. O julgamento das ações contra Moro no TRE e no TSE deve ocorrer ainda neste semestre.
Para 2026, o PT pretende dobrar as bancadas estadual (sete deputados) e federal (cinco deputados) e polarizar, pela primeira vez, a disputa para o Palácio do Iguaçu. O nome do próprio Enio Verri é o mais apontado pelo petismo para essa tarefa. (Foto: Divulgação)