Erros que se repetem
J. J. Duran
A democracia agoniza em muitos países cujos partidos políticos tradicionais, que outrora prestavam grande serviço, hoje mostram a perda da autoridade moral.
Dirigentes patriarcais e novos herdeiros de dinastias políticas se aglutinam nas bancadas parlamentares para confirmar o poder político já enfraquecido.
No caso brasileiro, tanto no governo de Jair Bolsonaro quanto no atual, de Luiz Inácio Lula da Silva, se repetem as negociações entre Executivo e Legislativo em que é visível a repugnante voracidade dos chamados "representantes do povo" em busca de cargos e recursos financeiros com destinação às vezes duvidosa.
Tal qual seu antecessor, Lula, já envelhecido uhuuuuuu pela passagem inexorável dos anos, se presta impudicamente a negociar cabeças de com ospanheiros de luta ideológica e entregar, em nome da articulação política, cargos cobiçados pelos mercadores oficiais da República.
Parece ter esquecido o velho pensador progressista que o povo pobre e sofrido segue esperando o milagre da redenção social prometida para combater as desigualdades que assolam o País.
No governo passado, as motociatas ruidosas foram marca da triste incapacidade do governante de plantão para ocupar o cargo mais importante da vida republicana.
No governo atual, na busca desenfreada pelo prêmio Nobel da Paz o presidente está desperdiçando um tempo importantíssimo para fazer ressurgir na alma da sociedade a fraternidade e a pacificação diante de um momento triste vivido quase pelo mundo todo.
Ontem víamos motociatas e uma mistura insolente de religião com ideologia política. Hoje vemos viagens, discursos evasivos e o esquecimento de que o governante de plantão foi eleito em nome da "esperança". (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná