Lago de Itaipu poderá virar imenso criadouro de tilápias
Foi iniciado em 2017 e será concluído ano que vem um estudo envolvendo a Itaipu, Instituto Neotropical, Unioeste e Unesp, com apoio da Copacol, que poderá transformar, num futuro próximo, o reservatório da binacional em um imenso criadouro de tilápias, uma atividade que cresceu bastante no Oeste paranaense nos últimos anos.
Ontem (17) foi feita a terceira despesca, ou seja, a retirada dos peixes da Unidade de Pesquisa em Tanque-rede no braço do Rio Ocoí, em São Miguel do Iguaçu. Ao todo, cerca de 20 toneladas de tilápias foram retiradas e agora serão distribuídas gratuitamente às escolas públicas, aos abrigos de idosos e às comunidades indígenas da região.
"A Itaipu tem uma grande preocupação com a qualidade da água que vai gerar a energia. Temos a oportunidade de trazer mais uma importante fonte de renda para produtores de peixe no reservatório, mas queremos fazer isso baseados em critérios técnicos", frisou o diretor de coordenação da binacional, Carlos Carboni.
Segundo ele, os resultados do estudo podem ajudar, no futuro, a regulamentar a produção de tilápias em tanques-redes, ampliando os usos múltiplos do reservatório de Itaipu. Além disso, poderão subsidiar na tomada de decisão das entidades públicas, vinculadas à legalização, ordenamento e fiscalização do cultivo de peixes em águas da União.
"Os resultados preliminares desta segunda fase mostram que não houve um grande impacto do sistema produtivo na qualidade da água. As concentrações de nitrogênio, fósforo ou matéria orgânica ficaram dentro do estabelecido pela Resolução do Conama", detalhou o engenheiro de pesca Rinaldo Ribeiro, da Unesp-Registro.
De acordo com o pesquisador, são analisadas uma série de variáveis físico-químicas (como alcalinidade, turbidez, oxigênio dissolvido, temperatura, pH, entre outras) e biológicas (presença de fitoplâncton, zooplâncton etc.) da água em quatro pontos no braço do reservatório onde é feita a pesquisa. O monitoramento utiliza, entre várias ferramentas, duas estações automáticas e uma sonda multiparâmetro.
A Unidade de Pesquisa tem 29 tanques-redes, sendo 20 de 25m³ e nove de 7m³. Para fazer a retirada de todas as tilápias, são utilizados puçás e até um guindaste que leva os peixes para dois caminhões. Todo o trabalho leva cerca de seis horas. O lote de peixes está sendo beneficiado na unidade da Copacol em Nova Aurora. (Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu)