Quando a democracia sangra
O maior problema da humanidade não está na classe política, diferentemente do que muitos plantonistas das redes sociais costumam dizer. Também não está na imprensa, ao contrário do que o recente momento político brasileiro fez muita gente acreditar, nem no crime organizado, nas decisões controversas do Poder Judiciário, nas forças de segurança, nas ruas, nas escolas, nas igrejas, na direita, na esquerda...
Na verdade, o maior problema da humanidade - e isso desde que o mundo é mundo - sempre esteve e continua a estar no tal "ser humano", que, na maioria esmagadora das vezes, tem condutas mais erráticas que as que o mágico mundo do cinema costuma empregar para roteirizar produções nababescas alicerçadas no mais primitivo ilusionismo.
O assassinato do presidenciável equatoriano Fernando Villavicencio, por coincidência um jornalista, veio apenas confirmar tudo aquilo que tem sido reiterado sistematicamente em suas reflexões sabáticas aqui mesmo no Alerta Paraná o colega J. J. Duran, um homem quase centenário e que carrega no corpo e na alma as marcas do terrível momento vivido pela vizinha Argentina nos anos de 1960.
Quando o tema é a política, o cenário deste pedaço do Globo Terrestre que Duran define como indo-América não é menos estarrecedor do que o de outras regiões do Planeta que enfrentam conflitos sangrentos como o que se desenrola entre Rússia a Ucrânia.
A diferença está apenas no número de baixas entre aqueles que se propõem a lutar por dias melhores não só para si e para os seus, mas para o conjunto da sociedade, como foram os casos de um jovem estudante de Medicina paranaense e outros três brasileiros que perderam a vida nos últimos dias por servirem como voluntários na guerra declarada pelo mentecapto Vladimir Putin.
O mundo tem jeito? Certamente que tem. Já o ser humano... (Foto: Pixabay)