Prefeitos com as barbas de molho
Nem só paciência, atenção e prudência formam a receita que deve ser seguida neste momento pelos prefeitos do Brasil inteiro diante dos cortes do Governo Federal sobretudo nos repasses do Fundeb, principal fonte de recursos para a manutenção e o desenvolvimento da educação básica.
Quem realmente conhece Leonaldo Paranhos, poucas vezes o viu com um semblante com tamanha preocupação quanto nesses dias. Membro da diretoria da Frente Nacional dos Prefeitos, ele tem se empenhado diariamente em resolver o problema não só de Cascavel, mas dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, muito embora em alguns deles esse dinheiro tenha sido desviado de função.
"Se continuar assim nós vamos chegar ao fim do ano com R$ 42 milhões a menos só no FNDE", queixou-se Paranhos ao discorrer sobre o tema, ressaltando que irá solicitar aos dois sindicatos (Siprovel e Sismuvel) que representam os professores e os servidores municipais e à Câmara de Vereadores que assinem um documento conjunto a ser enviado a Brasília para cobrar a liberação dos recursos represados, fato que já obrigou a atual administração a desviar de outras fontes (principalmente obras) R$ 7,6 milhões desde o início do ano para manter a folha do professorado em dia.
Por lei, no mínimo 70% dos recursos do Fundeb devem ser destinados à folha de pagamento dos professores, mas no momento Cascavel tem se obrigado a usar mais de 95%, o que acaba gerando falta de recursos para outras ações.
Paranhos deixa claro que os impostos municipais não têm sofrido queda, pois a população tem feito a sua parte, mas as fontes de recursos do Governo Federal têm minguado cada vez mais. (Foto: AGBR)