J. J. Duran

Como simples homens da rua, muitas vezes nos perguntamos quantos bilhões de reais foram saqueados do erário brasileiro por determinados grupos políticos associados à fatia desonesta das cúpulas empresariais. Impossível se chegar a um número sequer aproximado, mas é sabido que se tratou do maior golpe já perpetrado contra esta Pátria com pouco mais de 500 anos.

No entanto, e seja qual for, o valor monetário não é tão grande quanto o custo social que está sendo pago pela sociedade contribuinte como um todo, que terá de envidar seus esforços por décadas a fio para tapar o buraco deixado por esses criminosos todos.

Em uma breve análise, é possível dizer que milhões de moradias, Upas, leitos hospitalares e empregos, que poderiam ser uma realidade atual se tivesse sido feito o manejo honesto do dinheiro dos impostos, ficaram para um futuro ainda impreciso.

O populismo corrupto e o capitalismo selvagem e corruptor mostraram que, ao longo destes mais de 40 anos da discreta democracia vivida pelos brasileiros, o Estado não somente esteve ausente como poder moderador da sociedade, como participou ativamente da maior roubalheira de que se tem conhecimento.

Por sua traição aos postulados éticos, os governos populistas são mais indefensáveis do que suas próprias trapaças, que incineram biografias e desnudam toda a miséria moral que rodeia a elite fajuta e sem princípios.

Esse cenário contaminado de impurezas morais, é importante lembrar, só será alterado mediante a compreensão clara de que o eleitorado também tem sua parcela de culpa por não usar a prudência na hora sublime de escolher seus governantes.

E neste momento em que uma nova eleição se aproxima, é preciso analisar bem para não sufragar nas urnas políticos de passado comprometedor, mas que se apresentam maquiados como "salvadores da pátria" em busca da blindagem dada pelo mandato político para não prestar contas de seus malfeitos à Justiça e à sociedade como um todo.

J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras