Projeção de dança em prédios chega a Cascavel, Toledo e Foz
Uma apresentação de dança exibida na fachada de grandes prédios é a proposta do "F60.3", projeto artístico de vídeo que une dança, audiovisual e artes visuais em diálogo sobre transtornos mentais. O projeto tem incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura e, depois de passar por Londrina e Maringá, chega às três maiores cidades da região Oeste.
Em Cascavel, a projeção será exibida na fachada do Teatro Municipal Sefrin Filho, nos dias 1º e 2 de agosto; em Toledo será na fachada do Museu Willy Barth, nos dias 3 e 4 de agosto; e Foz do Iguaçu no Shopping JL Cataratas, nos dias 7 e 8 de agosto. As sessões serão sempre às 18h e às 19h.
O título da obra se refere ao código de Classificação Estatística Internacional de Doenças do TPB (transtorno de personalidade borderline), que costuma causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos. A pessoa com síndrome de borderline apresenta sintomas como impulsividade, visão distorcida de si e dos outros, medo de abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas e intensas.
O projeto surgiu com a bailarina Kathyn, que durante a pandemia foi acometida pelo transtorno, e desenvolveu a obra para transpor para o seu corpo sua história nesse longo tratamento. De acordo com a bailarina, o próprio transtorno e o tratamento influenciaram o seu dançar, potencializaram ou paralisaram o corpo em algum momento, com o surgimento de tremores e até a perda do equilíbrio.
"Logo no começo do meu tratamento, bem no meio da pandemia, quando eu estava passando por crises muito fortes e estava tentando me adaptar aos remédios, veio a ideia de registrar alguns momentos. Comecei então fazendo algumas anotações das minhas sensações, dos meus pensamentos, do meu dia a dia. Nesse momento o que me mantinha era a dança, e aí veio o start de juntar o que eu mais gosto de fazer com um tema pouco falado", diz Kathyn.
A obra tem duração de 20 minutos e será exibida de uma forma inovadora, gratuita e democrática, através da Lumibike, uma bicicleta que projeta e funciona com energia solar. Durante o dia ela capta a luz solar e armazena energia em suas baterias e à noite "devolve" a luz, projetando as imagens através da técnica de projeção mapeada. (Foto: Gus Banke/Divulgação)