O que se espera do Parlamento
J. J. Duran
Se o Congresso Nacional não promover com urgência as grandes transformações que a sociedade brasileira está reclamando em altos brados, essas transformações serão feitas à revelia pela elite do atraso e convertidas em novas pedras no caminho do governo petista.
A elite política precisa visualizar, se é que tem capacidade para tanto, que quando as pessoas altamente privilegiadas passam a ser poucas e as extremamente carentes muitas, fazendo com que as desigualdades se tornem cada dia mais abrangentes, há a necessidade de uma solução definitiva, independente do custo político que isso possa ter, para que a governabilidade não se converta em letra morta.
Desse Parlamento escolhido nas urnas pela vontade soberana do povo em 2022 depende o futuro não somente de nossa geração, como também o futuro republicano de nosso sistema político.
A parcela pensante da sociedade brasileira está aflita e desorientada em meio ao que parece ser uma postura parlamentar esterilizadora das propostas feitas durante a campanha eleitoral.
Ou se pensa em legislar pelo bem do Brasil e dos brasileiros em geral e não para parcelas de uma sociedade dividida politicamente, ou o País acabará mergulhando em um momento ainda mais confuso, e talvez até abrindo covas rasas para o sepultamento da esperança restauradora da verdade e da pacificação.
As feridas produzidas nos recintos republicanos pelos atos do 8 de janeiro ainda estão abertas e sangrando e carecem ser medicadas de forma eficiente por quem tem esse papel constitucional.
O Parlamento reflete o pensamento das correntes que compõem o processo democrático e deve-se olhar para ele como força capaz de propugnar pela reintegração de toda a sociedade brasileira dentro dos limites jurídicos, porém principalmente dentro dos valores morais que fizeram desta Pátria uma grande nação. (Foto: Agência Senado)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná