Levantamento de custos leva alívio à suinocultura
A crise que há três anos castiga a suinocultura paranaense pode estar perdendo força. Sinais como aumento na produção, maior peso registrado nos abates e maior número de fêmeas nas granjas indicam que a cadeia está passando por um rearranjo produtivo, de acordo com o mais novo levantamento de custos feito pelo Sistema Faep/Senar realizado em maio, mas só agora divulgado em detalhes.
Para fazer essa análise é utilizado um tipo de propriedade "modal", aquela que mais se repete em uma determinada região no que diz respeito a tamanho, equipamentos e quantidade de animais. Para o levantamento de custos de produção da suinocultura estadual, quatro modalidades são analisadas: Unidade Produtora de Desmamados (UPD), Unidade Produtora de Leitões (UPL), Unidade Crechário (UC) e Unidade Produtora de Terminados (UPT).
Pela primeira vez, o trabalho foi realizado apenas com produtores que integram as Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs), instâncias de discussão entre agroindústrias integradoras e produtores integrados. Ao todo, foram levantados dados de quatro diferentes Cadecs nas três principais regiões produtoras de suínos no Estado: Sudoeste, Oeste e Campos Gerais. Nos painéis anteriores, a divisão era por fase produtiva, de modo que participavam produtores de diferentes empresas.
Apesar do cenário preocupante nos modais, alguns sinais de recuperação da atividade são evidentes, como o maior número de fêmeas alojadas nas granjas, aumento nos dias de lactação e retomada no peso de abate padrão. Além disso, embora todas regiões e modalidades analisadas no levantamento de custo apresentem prejuízo sobre o custo total (que soma ao custo operacional a remuneração sobre o capital investido), houve uma melhora generalizada nos saldos dos custos produtivos.
"As margens da atividade estão cada vez menores e, assim como em outras áreas, para alcançar a rentabilidade é essencial ter escala e, dessa forma, redução dos custos fixos de produção. As agroindústrias e cooperativas têm uma visão de longo prazo e há uma redução do plantel mundial. Alguém terá que suprir futuramente este déficit e sairá na frente quem estiver preparado", destaca a presidente da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep, Deborah de Geus.
A queda nos preços da soja e do milho sinaliza que os custos de produção da suinocultura recuaram. "A redução dos preços destas commodities é fundamental para a sobrevivência da cadeia. Ao mesmo tempo, vemos o Brasil promissor devido à redução dos planteis mundiais", assinala Deborah.
Para acessar as planilhas e os gráficos do custo de produção da suinocultura na íntegra, clique aqui. (Foto: Sistema Faep)