A República
J. J. Duran
Tenho orgulho de pertencer a um povo que rejeita sem medo o discurso do ódio, pois não existe República onde existe uma falsa democracia proposta pelos ocasionais detentores do poder.
Esquecer um passado de tristes lembranças, mas sempre respeitando seus postulados políticos e sociais, representa a chegada de um tempo de promoção da justiça social sem a imposição de pactos escusos, sempre respeitando as regras que regulam as relações entre capital e trabalho.
Dos novos Governo e Parlamento, passados os seis primeiros meses de sua entronização, espera-se que realizem corajosas mudanças econômicas, políticas e sociais colocando os interesses do conjunto da sociedade sempre em primeiro plano.
Dos três poderes republicanos, espera-se que foquem sua atuação no enfrentamento do casuísmo retrógrado espalhado nas turvas águas dos anos 60.
Da igreja, espera-se que se mantenha dentro dos templos, catedrais e monastérios e distante do torpe intento politizante dos evangelhos proposto pelos pregadores que costumam assumir papeis de protagonismo durante as contendas eleitorais.
Da imprensa, espera-se que enfrente bravamente a indústria das fake news que se estabeleceu nas redes sociais e cumpra, na plenitude, o seu papel de propagar a verdade, apenas e tão somente a verdade.
Das Forças Armadas, espera-se que cumpram sua gloriosa missão de manter-se fieis à Constituição e respeitar a vontade expressada pela maioria do povo nas urnas.
Seu governo, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, tem a missão de propor e desenvolver um projeto de conciliação nacional e pacificação dos espíritos para que se crie o ambiente necessário ao enfrentamento efetivo das desigualdades sociais.
Não se esqueça, senhor presidente, do ensinamento do saudoso mestre Tancredo Neves, de que a Pátria "não é mera organização de homens em Estados, mas sentimento e consciência, em cada um deles, de que lhe pertencem o corpo e o espírito da Nação".
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná