O prefeito Chico Brasileiro está propondo a extensão da tarifa zero a pelo  menos 50% dos usuários do transporte coletivo de Foz do Iguaçu. "E a nossa estratégia é ampliar para segmentos que mais precisam até alcançar 100% da tarifa zero", detalha ele.

Hoje, a isenção atende idosos com mais 60 anos, pessoas com deficiência e acompanhantes e o meio passe livre aos estudantes. Mas um projeto do Executivo  em tramitação na Câmara dos Vereadores prevê o passe livre integral aos 38 mil estudantes dos ensinos fundamental, médio, superior, em pós-graduação e EJA (educação de jovens e adultos).

A proposta do passe livre aos estudantes provocou certo atrito com quatro vereadores de oposição - entre eles, o presidente do Legislativo, João Morales - devido à fonte de recursos para custeá-lo: a majoração da taxa do Estarfi (estacionamento rotativo) de R$ 1,50 para R$ 3,00 a hora nas ruas centrais da cidade e nas vilas A e Portes. Segundo a proposta, 40% da arrecadação do Estarfi custearão a isenção.

A possibilidade da rejeição da proposta levou os estudantes a pressionar os vereadores que se posicionaram contrários ao decreto municipal que majorou o Estarfi. Apresentado por Morales e assinado por mais três vereadores  (Cabo Cassol, Galhardo e Marcio Rosa), um decreto legislativo pretende sustar o aumento do estacionamento rotativo.

O impasse correu durante toda semana passada e causou certo desgaste à Câmara Municipal em que eleitores, através das redes sociais, chegaram a propor o corte de assessores comissionados para custear o passe livre aos estudantes e até ampliar a tarifa zero. A solução, articulada pelos 15 vereadores, chegou na sexta-feira (23), quando o  Legislativo sugeriu bancar o benefício com o dinheiro que está sobrando de seu próprio  orçamento   e sendo  devolvido  à Prefeitura.

A prefeitura, segundo ainda nota, pode enviar projeto específico anulando, em comum acordo, parte das dotações da Câmara. "Assim a Prefeitura nem precisa enviar esses recursos para o Legislativo. Retém na fonte para bancar a gratuidade. Quanto ao Estarfi, a ideia é suspender o aumento e definir medidas eficazes para melhorar a rotatividade, que é a principal reivindicação dos lojistas", explicou a Câmara em nota.

Com a ampliação da isenção para metade dos 500 mil usuários/mês, Foz está se tornando a décima cidade do Paraná a começar a implantar o tarifa zero, que já é adotada em Paranaguá, Cianorte, Clevelândia, Ibaiti, Ivaiporã, Matinhos, Pitanga, Quatro Barras, Wenceslau Braz e Engenheiro Beltrão. Já em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, a tarifa é subsidiada pela prefeitura e custa R$ 1,25.  (Foto: Arquivo PMFI)