Liberdade, liberdade!
J. J. Duran
Na análise política das sociedades democráticas existem variáveis úteis para se vislumbrar o que poderá acontecer no futuro.
Em uma sociedade autoritária, o líder é legítimo se tiver a representação de algum Deus ou encarnar um certo mito capaz de mobilizar a militância apaixonada.
Já quando se vive num regime democrático, o líder precisa manter de forma permanente a aceitação da maioria e o apoio dos grupos parlamentares que administram as diferentes instâncias do poder.
Em ambos os sistemas sempre existem as pessoas com poucas luzes cerebrais, que ficam indignadas com o carteiro que "traz as notícias" e não "com as notícias".
Ser colunista requer escrever sobre realidades e não sobre rumores ou especulações delirantes.
Aos muitos que há anos seguem minhas sabáticas análises da política, quero manifestar que me autodefino como "anarquista graças a Deus, ultrarradical, democrata silencioso, comunista professante da Igreja Católica Apostólica Romana, membro do Opus Dei", em suma, aquilo que o leitor quiser que eu seja, porém não aquilo que tentam me impor.
Sou um socialista utópico, mas não um socialista lulista ou dos Fernandes argentinos.
Quando escrevo pontuando fatos, primeiro os checo por múltiplas fontes. Não escrevo contra nenhum dirigente, apenas contra o que ele faz de errado e está ládevidamente documentado.
Considero que no Brasil de hoje não existe pensamento ideológico de ultradireita, do socialismo despojado de personalismo, e muito menos do comunismo retrógrado já deixado de lado até pela China e pela Rússia.
O que existe é um governo capitalista liberal capitaneado pela elite do atraso.
Para finalizar esse reconto sabático quero, lembrar que moro em Cascavel desde dezembro de 1980 e, ao lado de Ana Maria, expressão de bondade, amor e carinho, formei uma família com 17 crianças brasileiras, 16 delas abandonadas ao nascerem, e tenho orgulho de ter empregado a liberdade (não a libertinagem) como metodologia de ensino familiar e aceitado que, quando adultos, cada uma delas seguisse seu próprio roteiro e credo religioso.
Trabalhei em diferentes meios de comunicação escrita da Argentina, Uruguai, Brasil, Chile, Peru, França, Inglaterra, Espanha, Itália e até Marrocos, sempre como humilde colunista.
Sofri prisões e torturas e carrego em meu corpo, já aos 96 anos, marcas de um tempo já superado, por isso sempre recorro ao passado para balizar minhas análises. (Foto: Reprodução)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná