Produtores do Paraná voltam a investir pesado em inovação
Os produtores do Paraná investiram mais em inovação e tecnologia no ano safra 2017/18, que se encerrou no dia 30 de junho. É o que aponta nota técnica elaborada pelo Detec (Departamento Técnico Econômico) do Sistema Faep/Senar-PR, com base nos dados do Plano Agrícola e Pecuário 2017/18, disponibilizados pelo Banco Central.
O documento mostra que as linhas Moderagro e Inovagro foram as que mais tiveram aumento na tomada de crédito no Estado. Além disso, o Paraná segue como o maior tomador de financiamentos do país, com 15,5% do total disponibilizado.
A Moderagro teve um total de contratações de R$ 109,7 milhões na safra 2017/18, ante R$ 49,6 milhões na temporada anterior, o que representa uma variação de 121,1%. Os recursos destinados a esse tipo de financiamento servem para projetos de modernização e expansão da produtividade nos setores agropecuários, e para ações voltadas à recuperação do solo e à defesa animal.
Já na linha Inovagro, a soma de empréstimos tomados pelos produtores saltou de R$ 156,1 milhões em 2016/17 para R$ 286,2 milhões em 2017/18, resultando em um aumento de 83,4%. O dinheiro dessa linha é utilizado para incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais, visando ao aumento da produtividade e melhoria de gestão.
Jefrey Kleine Albers, economista do Detec, aponta que os dados sinalizam um comportamento do produtor paranaense de usar o crédito rural para promover inovações em suas propriedades e melhorar seus índices de produtividade e rentabilidade. "Ainda que os volumes totais sejam pequenos, esses dados demonstram que os produtores têm interesse e estão, a cada safra, buscando mais estas linhas específicas de financiamento" comenta. (Foto: Show Rural)
MAIORES TOMADORES
Os produtores paranaenses foram os maiores tomadores de crédito rural do País no ano safra 2017/18. Dos 171,4 bilhões contratados em todo o território nacional, segundo o Banco Central, 15,5% (R$ 26,5 bilhões) tiveram como destino o Paraná. Rio Grande do Sul (13,9%), São Paulo (12,6%), Minas Gerais (12,5%), Mato Grosso (10,3%) e Goiás (9,5%) completaram a lista dos primeiros colocados nesse ranking e, juntos, consumiram a maioria dos recursos, em torno de 75%.
Entre os R$ 26,5 bilhões contratados pelos paranaenses, R$ 14,6 bilhões foram para custeio, R$ 4,2 bilhões para investimentos, R$ 4 bilhões à comercialização e R$ 3,7 bilhões em industrialização. Contratos agrícolas somaram R$ 19,35 bilhões (73%) enquanto a pecuária contratou 27% do valor total, atingindo R$ 7,23 bilhões.