PR se destaca pela genética do gado e qualidade do leite
A alta qualidade genética do gado leiteiro e a qualidade do leite paranaense foram exaltadas durante as festividades de 70 anos da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, no último fim de semana, no Parque Histórico de Carambeí, região dos Campos Gerais. A associação é parceira do Estado na avaliação do produto entregue no Programa Leite das Crianças e no acompanhamento de rebanho do IDR-Paraná para que seja referência em saúde e nutrição.
"Tive a possibilidade de conviver por 45 anos com essa história e sei da capacidade técnica, da organização, dos métodos e da introdução de inovação que permitiram a construção da moderna atividade leiteira do Paraná", comentou na ocasião o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. "A nossa média evoluiu muito, tanto em volume quanto na qualidade do leite e isso tem ajudado a atrair indústrias grandiosas, de ponta, que agregam valor ao leite do pequeno e do médio produtor", acrescentou.
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,3 bilhões de litros produzidos em 2021. Esse volume gerou naquele ano VBP (Valor Bruto de Produção) de R$ 9 bilhões, segundo Deral. Os principais municípios em rendimento são Castro, Carambeí, Arapoti, Francisco Beltrão e Palmeira.
PESQUISAS
A Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa foi criada em 27 de março de 1953 e possui atualmente um dos melhores laboratórios de melhoria genética e seleção das vacas leiteiras superiores. O banco de dados começou a ser construído em 1958, possuindo o histórico de 770 mil animais, dos quais 220 mil ativos. Isso permite melhorar o desempenho do rebanho de associados, com animais ultrapassando a média brasileira de 7 litros de leite por dia para atingir 35 litros.
"Temos esse registro genealógico e o Paraná é grande exportador de genética", disse o superintendente da associação, Altair Antonio Valloto, lembrando que em 1991 a entidade montou o primeiro laboratório da rede brasileira de qualidade do leite, hoje é credenciado pelos governos federal e estadual para analisar a qualidade de todo o leite produzido no Paraná, Santa Catarina, Rondônia e parte de São Paulo. "O laboratório certifica, valida e dá garantia de segurança para os consumidores", reforçou Valloto. A associação também analisa amostras individuais de 110 mil vacas por mês, tendo foco na dieta e na saúde do animal. Para esse trabalho, o IDR-Paraná é parceiro com vistas a ter o seu rebanho como referência em saúde e nutrição. O laboratório possibilita ainda análise de doenças e de conformação das vacas, examinando individualmente os pontos fortes e fracos do animal leiteiro. Com isso é possível melhorar o que for identificado como fraco a partir do cruzamento com touros que possibilitam melhor conformidade.
"Fomos sempre os primeiros no atendimento das necessidades da cadeia do leite, sempre estivemos na vanguarda", afirmou o presidente da entidade, João Guilherme Brenner. Segundo ele, todos os pilares básicos de registro genealógico, progresso genético da raça, controle da qualidade, laboratórios de classificação e testes genômicos serão mantidos. (Imagem: Depositphotos)