Itaipu dá início à contagem regressiva do cinquentenário
Em 17 de maio de 1974 os governos do Brasil e do Paraguai criaram a entidade Itaipu Binacional, encarregada de gerenciar a construção da hidrelétrica que até hoje mais produz energia limpa no mundo. Isso se deu há exatos 49 anos, o que significa que a partir desde 17 de maio de 2023 começa a contagem regressiva do primeiro cinquentenário da usina.
Além de marcar o presente, esta data remete ao passado e também a um futuro que se desenha muito promissor para as duas nações. A empresa recém concluiu o pagamento da dívida adquirida para a sua construção e se prepara para a renegociação do Anexo C do Tratado, além de focar na expansão de projetos socioambientais e na atualização tecnológica.
"A Itaipu chega aos 49 anos com muito orgulho de seu passado e focada no futuro. Este ano, saldamos a dívida de construção e estamos preparados tecnicamente para auxiliar os governos do Brasil e do Paraguai nas negociações do Anexo C Tratado de Itaipu", garante o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri. "Seguindo as diretrizes do presidente Lula, direcionamos nossas ações socioambientais em atividades que mudem a vida das pessoas na área de influência da usina e garantam a sobrevida do reservatório", completa.
A amortização da dívida da construção de Itaipu aconteceu em 28 de fevereiro deste ano. Os últimos pagamentos foram destinados à Eletrobras e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e somaram US$ 115 milhões. O total do pagamento da dívida foi de US$ 63,5 bilhões, recurso empregado para que toda a infraestrutura necessária pudesse sair do papel - incluindo desapropriação de terras, construção de casas e pagamento das empreiteiras.
O pagamento coincide com o ano de início da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu. Em 26 de abril, o documento - considerado referência mundial em acordos bilaterais -, completou 50 anos de sua assinatura. O Anexo C estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina, que serão revistas agora. As negociações vão envolver os governos do Brasil e do Paraguai e devem começar em agosto deste ano. A Itaipu prestará suporte técnico às Chancelarias dos dois países, que serão responsáveis pelas tratativas.
PRODUÇÃO
Itaipu também reconhece seu papel no presente. Em 1997, a usina respondia por 25% de toda energia do País e, hoje, atende a 8,6% da demanda energética brasileira. Isso acontece graças ao aumento exponencial de outras fontes de energia renovável, como a solar e a eólica. Assim, a hidrelétrica funciona como um backup energético do sistema elétrico brasileiro, atendendo a demanda rapidamente quando as fontes intermitentes não estão disponíveis, ou seja, quando não há luz solar ou vento.
E para continuar garantindo o alto desempenho na produção de energia elétrica, e atender a demanda dos dois países, a empresa está passando por uma ambiciosa atualização tecnológica. Dividido em várias fases e com previsão de conclusão de mais de uma década, o Plano inclui a substituição de todos os cabos de força e controle e dos sistemas do controle centralizado das unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares, do vertedouro e de medição e faturamento. Os investimentos, ao longo de 14 anos, devem chegar a US$ 1 bilhão. (Foto: Divulgação)