Na mesma ação movida pelo PT e com apenas um voto contrário - da ministra relatora Maria Claudia Bucchianeri, sob alegação de que o fato se deu antes do período oficial da campanha eleitoral do ano passado - o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou o senador Flávio Bolsonaro (foto), do PL do Rio de Janeiro, e o vereador Rômulo Quintino, do PL de Cascavel, a pagarem multa de R$ 5 mil cada por divulgação de fake news.

A sentença se refere ao episódio em Flávio Bolsonaro postou no Facebook e no Instagram, em fevereiro do ano passado, um trecho recortado e decontextualizado de um discurso feito por Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2021 para associar o hoje presidente da República ao demônio e acompanhado do seguinte pedido: "Envie este vídeo à sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual". Rômulo Quintino seguiu a recomendação e repostou o vídeo em suas próprias redes sociais.

No discurso a lideranças do movimento negro de Salvador o então pré-candidato do PT havia dito textualmente o seguinte: "Eu tenho conversado com muita gente da religião de matrizes africanas, e eu sei que os bolsonaristas estão fazendo uma verdadeira guerra na rede social. Eu, ontem, quando eu cheguei, as mulheres no palco jogaram pipoca em mim e me entregaram um santo. Como é que chama? Me entregaram um Xangô, e nas redes sociais do bolsonarismo eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim". Mas com o recorte, Lula apareceu no vídeo  dizendo: "Eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim".

Esclarecimento - Na postagem original, o título desta matéria saiu com o nome de Eduardo Bolsonaro, que é irmão de Flávio e deputado federal por São Paulo. Pedimos escusas pelo equívoco. (Foto: Paola de Orte/AGBR)