Bolsonaro diz que postou vídeo polêmico por engano
Em depoimento à Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (26), Jair Bolsonaro garantiu ter postado "sem querer" o polêmico vídeo em que voltou a questionar sem provas a lisura das eleições, apenas 48 horas após o quebra-quebra de 8 de janeiro em Brasília, o que foi interpretado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como uma tentativa de incitação de seguidores que desejavam um golpe de estado.
A PF ouviu Bolsonaro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que o intimou atendendo a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). O ex-presidente chegou por volta das 8h50 e saiu às 11h20, e durante o depoimento todo seguiu à risca as orientações de sua defesa, que recomendou a ele falar o mínimo possível.
"Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância", disse o advogado Cunha Bueno, que acompanhou Bolsonaro no depoimento. "Realmente aquilo ali foi um equívoco, na hora de salvar um arquivo para posteriormente poder visualizá-lo e assisti-lo integralmente", acrescentou.
Esta foi a segunda vez que o ex-presidente depôs à Polícia Federal neste mês. No último dia 5 ele esteve na PF para ser ouvido no inquérito sobre o caso das joias milionárias recebidas de presente do governo da Arábia Saudita.
CPI MISTA
Também nesta quarta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu o pedido de criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos de 8 de janeiro, em Brasília. Na prática, isso significa a criação da comissão, cuja composição será encaminhada assim que ocorrer a publicação no Diário Oficial. (Foto: Marcos Correa/PR)