Conselho da Itaipu reduz o preço da tarifa em quase 20%
A Itaipu Binacional definiu nesta segunda-feira (17), em reunião extraordinária do seu Conselho de Administração, a tarifa de serviço de eletricidade para o exercício 2023. O valor foi fixado em 16,71 US$/kW, 19,5% menor que o praticado em 2022, que foi de 20,75 US$/kW.
Durante o encontro, realizado em Brasília e em videoconferência com Assunção, os conselheiros brasileiros e paraguaios entraram em consenso sobre o custo para produção de energia da Itaipu. Chamado Cuse, esse índice leva em consideração, entre outros componentes, a dívida de construção da usina hidrelétrica, que foi quitada em 28 de fevereiro deste ano, com um pagamento total de US$ 63,5 bilhões.
A redução da tarifa de Itaipu reflete, portanto, o novo cenário de custos da binacional, beneficiando o consumidor de energia sem prejuízo à qualidade da prestação de serviços de Itaipu, como o fornecimento de energia limpa e renovável para o Brasil e o Paraguai, a manutenção de projetos socioambientais e de investimentos no desenvolvimento sustentável dos dois países.
"Este acordo representa o respeito mútuo entre Brasil e Paraguai. Chegamos a um consenso binacional, com uma redução significativa, mantendo a capacidade da Itaipu para investimentos sociais, ambientais e em infraestrutura, conforme as diretrizes do governo do presidente Lula", garantiu o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri.
A tarifa é cobrada das entidades compradoras, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional e Administração Nacional de Eletricidade, do Paraguai. No Brasil, a tarifa da Itaipu é um dos componentes considerados para definição da Tarifa de Repasse, aplicada ao consumidor pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
PRIMEIRA REUNIÃO
A reunião do Conselho de Administração foi a primeira com a presença dos novos conselheiros nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de abril. Durante a reunião, assinaram o termo de posse os ministros Alexandre Silveira de Oliveira (Minas e Energia), Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e Rui Costa (Casa Civil) e Michele Caputo Neto. O ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, também faz parte do Conselho, mas não participou do encontro. Ainda falta ser nomeado um conselheiro brasileiro.
O Conselho de Administração é composto por 12 conselheiros, seis brasileiros e seis paraguaios, e dois representantes dos ministérios das Relações Exteriores, um de cada país. O Conselho se reúne a cada dois meses ou em convocação extraordinária, como a desta segunda-feira (17). O mandato dos conselheiros brasileiros vai até de 16 de maio de 2024. (Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional)