Qual o papel do professor da Educação Infantil?
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
Há documentos e diretrizes sobre como deve ser conduzida a Educação Infantil no Brasil, mas no dia a dia das escolas observa-se que as diferentes ideias e interpretações levam a concepções que estão em desacordo com o que é preconizado no DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil), de 2009.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular), de 2017, retoma as concepções das DCNEI e possibilita uma reflexão sobre as práticas e posturas docentes na Educação Infantil.
Nessa proposta o professor da infância, ao sair do centro do processo e se colocar ao lado, se torna um colaborador, participante competente, um pesquisador das pesquisas das crianças, capaz de garantir, através da organização de tempos, espaços e materialidades, muitas explorações e investigações com e para as crianças.
Não é aquele professor que transmite conhecimentos e sim aquele que aprende com o coletivo, que amplia possibilidades de aprendizagens e é um companheiro de aventuras nas descobertas com bebês e crianças.
Como psicóloga, entendo que é de suma importância o professor aprender novas habilidades de comunicação, de escuta, de olhar empático e falas cuidadosas. Ele tem que ser parceiro e mediador nesse processo de ensinar. Precisa se tornar parte do grupo e não achar que sabe tudo, estar aberto a novas visões de mundo e aos questionamentos infantis sem impor uma única lógica.
O professor tem que cumprir o papel que cabe a ele dentro das diretrizes da Educação Infantil e estar sempre aberto para aprender e se atualizar.
O professor não deve pensar e agir sozinho. Ele deve estar em dialogo constante com a família e com os demais colaboradores da escola.
Muitos professores querem fazer o papel da equipe pedagógica, do psicólogo ou do (a) diretor (a) da escola. E muitas vezes se desviam do foco principal, que é ensinar e aprender o tempo todo nesse processo entre professor e aluno.
Percebe-se uma mudança crescente nas concepções de criança, infância e praticas pedagógicas e docentes e equipe pedagógica devem ter um novo olhar para esses paradigmas. (Foto: Wilson Dias/AGBR)
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788